O que se viu nesses dois dias do lançamento do CD Ascensão – projeto de Serena Assumpção – que se realizou no Teatro do Sesc Pompéia, foi um espetáculo grandioso e emocionante, daqueles que você agradece por ter estado presente. Apenas pessoas que somam, que agregam, como era (é) o caso de Serena, tem o dom de reunir tantos amigos e pessoas competentes em torno de algo tão bonito e profundo.
Com direção musical de Pipo Pegoraro e direção e concepção geral de Ricky Scaff, o lançamento reservou surpresas que encantaram o público. A abertura dos trabalhos já foi uma cena emocionante. A Associação paulista ILÚ OBÁ DE MIN, que pesquisa a cultura afro-descendente e dá ênfase a assuntos femininos, foi a responsável por arrepiar as pessoas que aguardavam a entrada no teatro. O desfile, com as representações dos orixás, abria os caminhos e convidava as pessoas a ocuparem seus lugares para em seguida poder desfrutar de toda a magia que se seguiria.
Uma cerimônia linda, cheia de magia e do encantamento da Umbanda, celebrou o trabalho de pesquisa e de dedicação que Serena teve para realizar o CD “Ascensão”. O cuidadoso , meticuloso e completo trabalho do diretor Ricky Scaff mostrava que cada elemento, cada pessoa no palco tinha o seu motivo e um sentido especial para estar ali. Um ” altar” foi montado no meio do palco para reverenciar Serena e ali ninguém podia pisar, apenas fazer sua oferenda ao espírito da artista, antes de cantar sua canção.
Um time de amigos e grandes nomes da MPB foram os escolhidos pela própria Serena para participarem do disco e a maioria deles também participou dos shows. O grupo Source de Vie, composto por três imigrantes da República Democrática do Congo foi descoberto por Serena que os encontrou cantando na rua e gostou tanto do que viu que resolveu incluir o trabalho dos rapazes em seu CD.
Creio que não seria exagero classificar os dois espetáculos como um grande musical afro-brasileiro. Três fios condutores ligavam e integravam as apresentações. O ator que representava o Exu, a dançarina e Ana Claudia Lomelino, a Mãeana que, junto com os jovens Rubi (filha de Anelis Assumpção) e Bento (filho de Serena) permanecia no palco.
O espetáculo todo foi muito emocionante, mas eu destacaria duas apresentações que mais me tocaram: Tulipa Ruiz com Tatá Aeroplano e Filipe Catto.
Depois de uma longa viagem pelo universo de cada orixá homenageado, chegamos ao momento mais emocionante que é o final onde Serena Assumpção é reverenciada por seus amigos/artistas e também pela plateia. Mas nada de tristeza, apenas o sentimento profundo da certeza de que Serena ascendeu e gostaria de nos convidar a fazer o mesmo.
Com um roteiro perfeito e bem “amarrado”, do início ao fim, o diretor Ricky Scaff nos mostra que a morte não existe e que vida é um entrelaçar de energias e sentimentos. Para ascender é preciso fazer a boa escolha, ir no caminho da luz e se deixar absorver por ela.
Serena Assumpção foi muito bem representada nesses dois dias de show e sua presença era sentida por cada um. Viva Serena!
Texto de Klaudia Alvarez
Vídeos: Klaudia Alvarez e Rosangela Serafim
Um espetáculo que foi da raiz à transcedência. Lindamente solene, transbordante de memórias que foram magistral e artisticamente revisitadas. Um estouro de emoção de perder o fôlego!
Filipe, como sempre, foi a entrega de todos os sentimentos: comovido e comovente!!!
Simplesmente lindo! Diante dessa consagração, a palavra deve ser silêncio!
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Parabéns, Ricky e Pipo pela direção e a todos cujas vozes serenas fizeram ascender o amor nas duas noites de espetáculo.
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❤ ❤ ❤
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