2009 – EP SAGA – Gravado em Porto Alegre (RS) nos estúdios da ESPM entre Outubro de 2008 e Janeiro de 2009 – Capa, conceito, projeto gráfico e desenhos de Filipe Catto.
Produção de Sérgio Kalil e produção executiva de Kika Lisboa -Disponível apenas virtualmente – Não foi lançado o disco físico
Faixas:
1- Intro
2-Saga
3-Ressaca
4-Ascendente em câncer
5-Crime passional
6-Teu quarto
7-Roupa do corpo
Letras:
INTRO (Instrumental) (Filipe Catto)
SAGA (Filipe Catto)
Andei depressa para não rever meus passos
Por uma noite tão fugaz que eu nem senti
Tão lancinante, que ao olhar pra trás agora
Só me restam devaneios do que um dia eu vivi
Se eu soubesse que o amor é coisa aguda
Que tão brutal percorre início, meio e fim
Destrincha a alma, corta fundo na espinha
Inebria a garganta, fere a quem quiser ferir
Enquanto andava, maldizendo a poesia
Eu cantei a história minha pr´uma noite que rompeu
Virou do avesso, e ao chegar à luz do dia
Tropecei em mais um verso sobre o que o tempo esqueceu
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho com força, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer
E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar
E fui gostando do sabor daquela coisa
Viciando em cada verso que o amor veio trovar
Mas, de repente, uma farpa meio intrusa
Veio cegar minha emoção de suspirar
Se eu soubesse que o amor é coisa assim
Não pegava, não bebia, não deixava embebedar
E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho sorrindo, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer
RESSACA (Filipe Catto)
Deixo você pro seu drink esquentar
Meio álcool, meio água, meio gelo que já derreteu
Deixo a canção pro cigarro engasgar
E a minha lembrança estar
Deixo você pra quem quiser ser teu
Pra amantes desbotados que não ardem como eu
Deixo tua cama quente pro teu sexo triste
Pra que nunca esqueças
O que de mim restou
Vestido pelo chão
Enquanto te embriagas entre uma ilusão e outra
Mas sei quando vem esse sol despertar tua manhã ao meio dia
Tua ressaca tem o gosto da minha boca
ASCENDENTE EM CÂNCER (Filipe Catto /Fernando Calegari)
E se um dia me vires chorando
Partindo de dor
Como uma pobre coisa desgraçada
Como uma triste flor esmigalhada entre seus dedos
Meu amor, não enxugues o meu pranto:
Ri, ri teu sorriso de ouro!
Sacode tua vida como um guizo sobre a minha
E então deixe-me só
Fingindo que é de alegria que eu estou chorando
CRIME PASSIONAL (Filipe Catto)
Tem samba no meu quarto a noite inteira
Especialmente quando tu te vais
Tem dança quando diz que não me chegas
Que é para distrair o que me faz sofrer aqui demais
Na madrugada tem perfume e vela
Pra atrair alguém que vem e traz
Alguma coisa que em ti me falta
Uma atenção singela pra deixar a noite em paz
Se for pra me ferir com teu silêncio
Respondo teu vazio com a paixão
Pra outros corpos que me satisfazem
Já que essa rua te acalanta muito mais que o meu colchão
Enquanto te convence para os outros
Enquanto te bajulam pelo bar
Não vê, nem por milagre, que tua casa
Pega fogo, espalha, luxuriosa, regozija…
Até que um belo dia me culpaste
Disseste que assim não pode mais
Eu ri e disse: “vai, pode cantar vitória agora
Eu fiz mesmo e faria é de novo se tivesse…” mas…
Três tiros irromperam na noite surda
Pr’um corpo de calor que se extinguiu
Me deu três beijos úmidos de lágrima
Selou meus olhos como um arrepio
TEU QUARTO (Filipe Catto)
Como me pedir para manter a calma?
Se a calma que me pedes é mais além
A calma que tu falas é uma boca
E a saliva profanando o que há de santo em mim
Como me pedir para deixar teu quarto em paz
Se teu quarto é um templo onde eu ergui
Para ti um monumento ao teu prazer
Para ti, um monumento
E fiz dessas paredes nosso escândalo, nosso mapa
Nosso vão receptáculo de tanto arfar
De tanto corpo que eu deixei vazar
Pelas entranhas do teu travesseiro
Tua coberta ainda tem a mim
Escancarado, aberto os olhos
Nos teus olhos os meus
Sempre molhados pela brisa que transpiras
Como me pedir para lembrar das coisas boas?
Se coisas boas são saudades e saudades o que são?
Se não eu, um extremo, um telefone
E você me pedindo: calma, amor
ROUPA DO CORPO (Filipe Catto)
Deixei meus trapinhos em cima da cama, fiz tudo ligeiro:
Peguei maquiagem, valise e coragem enquanto não vinhas
Eu peguei o dinheiro da minha passagem, que era só de ida
Não olho pra trás, parti e não vou mais é voltar pra essa vida
Deixei na tua casa uma rosa vermelha e um bilhete dizendo:
“Cuide bem dessa rosa, trate ela melhor do que tratou a mim”
Nem beijei o papel, dobrei, saí no calor do momento
Vou com a roupa do corpo mesmo sem ter pra onde ir
No caminho da rua sambei meia hora em casa esquina
Entrei em boteco, fiz doze amigos do peito e da pinga
Eu bebi, ri, subi em cima da mesa dizendo “Seu moço,
Traz mais uma gelada que a nega aqui hoje teve alforria!”
Quando a noite chegou, subi no bonde correndo
Cantando e batendo com os dedos um samba na palma da mão
Eu não olho pra trás, não, não me arrependo
Vou com a roupa do corpo, não sei bem pra onde mas não paro não
*Curiosidade: Davi Catto toca pandeiro nessa faixa.
2011 – CD FÔLEGO – Gravado nos Estúdios Paulinas-COMEP (SP) – Gravação adicional, mixagem e remasterização nos Estúdios Corredor 5 e Studio One no RJ
Produção Universal Music, Paul Ralphes, Dadi Carvalho e Sérgio Guidoux (Saga e Crime Passional) -60252777578 – Direção artística – Paul Ralphes – Capa: conceito e projeto gráfico: Filipe Catto – Foto da capa: Pops Lopes
Arranjos de Filipe Catto e Banda. Músicos: Thiago Rabello (bateria/percussão), Adriano Grineberg (piano, órgão, harmônio, wurlitzer), Fabá Gimenez (guitarra), Gui Held (baixo), Deco Telles (percussão), Dadi Carvalho (guitarra/violões/baixo), Guga Machado (percussão), Marcos Ribeiro (cello), Carlittos Magallanes (bandoneon), Sérgio Guidoux (percussão/bandolim/backing vocals), Paul Ralphes (percussão/finger cymbal/efeitos), André Ressel (cavaquinho/pandeiro), Ricardo Fá (violão), Flavio de Paoli (cello), Blubell (backing vocal), Márcia Castro (backing vocal).
Faixas:
1-Adoração
2-Gardênia branca
3-Johnny, Jack & Jameson
4-Redoma
5-Juro por deus
6-2 Perdidos
7-Alcoba Azul
8-Saga
9-Nescafé
10-Garçom
11-Crime Passional
11-Roupa do Corpo
12-Rima Rica Frase Feita
13-Dia Perfeito
14-Ave de Prata
Letras:
ADORAÇÃO (Filipe Catto)
Como relâmpago, silêncio
Passe de milagre você me pintou
Me toma em teu compasso
Que só no teu abraço
Que eu me escondo do mundo
Pele que é pele não mente
Não esconde, não dissimularia
Meu corpo seja palco
Vertido e tomado em pelo à tua poesia
Eu adoraria, eu adoraria
Saber o percurso da tua boca à minha
Eu adoraria, eu adoraria
Ter de noite e de dia
Ter de noite e de dia
Me perder na linha
E me encontrar no fundo dos seus olhos
Pele que é pouca e não se aguenta
Morre de vontade, dispensa ladainha
Meu corpo seja palco
Vertido e tomado em pelo à tua poesia
Eu adoraria
Verbo imperativo da tua língua a minha
Eu adoraria, eu adoraria
Ter de noite e de dia
Ter de noite e de dia
GARDÊNIA BRANCA (Filipe Catto)
Gardênia branca no cabelo dela
Gardênia branca no cabelo, assim
Dizem que é mulher da vida
Mas vale mais que ouro para mim
Mulher que é boa não se esconde
Faz o que pode pra se virar
Ela me recebe no seu barraco
me conta casos e me pede pra lhe amar
Gardênia branca no cabelo dela
Gardênia branca no cabelo, assim
Dizem que é mulher da vida
Mas vale mais que ouro para mim
Dessa mulher eu não reclamo
Todos os dias eu bato no portão
Ela é dengosa e sabe o jeito
De me deixar apaixonado em suas mãos
E o povo pode até falar do nosso caso
Mas eu não ligo, pois a conheço bem
Essa nega de noite quando deita na cama
Dorme tranquila, pois não deve a ninguém
Ela é mulher da vida
Mas não é puta, não
Traz a linda flor branca
Dentro do seu coração
JOHNNY, JACK & JAMESON (Filipe Catto)
Though my baby is gone
I ain’t got no hurt inside
Every night they come to cheer me up
Johnny, Jack & Jameson
Fill my heart with joy
And I love’em all – every single one
Making my head dizzy to their
Bourbon lips
I ain’t got no way but kiss’em back
Cannot hold myself up
To their thirsty sips
Johnny, Jack & Jameson
Can’t get out of my head
Made myself so nasty
With their taste on me
Made my head go high, my mouth go dry
Though I have my chest ripped out
They come to me
Johnny, Jack & Jameson
Can’t get out of my mind
REDOMA (Filipe Catto)
Hoje eu cansei de saudade
E vou mandar te trazer
Nem que precisem mais de mil cavalos brancos
Pra te convencer
Nessa espera eu te guardo
Numa redoma de cetim
Que eu teci enquanto cantava
Naquele dia em que eu te conheci
Se eu fosse um rei
Eu te dava abrigo no meu país
Mas eu não sou
Por isso segues como exilado
Sem saber de mim
Hoje não importa nem teu nome
Insisto em te afirmar
Que essa espera é só uma gota
Que só se faz transbordar
Se eu fosse quem você espera
Juro faria-te um ser
Muito maior do que tu sonhas
Muito mais livre que se possa crer
JURO POR DEUS (Filipe Catto)
Juro por Deus, já pensei até mesmo
Em provar do extremo
De misturar sonrisal, guaraná
Rum, cachaça e veneno
Ou barbitúricos batizados de bourbon
Quando você me deixou
Dormindo em casa e foi à zorra, amor
Juro por Deus, já olhei tantas vezes
Pro quintal
Um nó bem dado bem na corda do varal
Pra te punir ou não, quem vai saber?
Não me surpreenderia
Tua alegria mórbida ao amanhecer
Foi quando o samba chorou outra vez
E o nó pesado esquecido no peito desfez
E eu me banhei, eu me perfumei
E então decidi
Usar o decote mais abusado que existir
E eu vou abrir a fenda até o meu umbigo
E eu vou dormir com
Aquele teu melhor amigo
E me matar de ciúme por ti?
Ah! Por favor!
Se é pra morrer
Que morra você, meu amor
2 PERDIDOS (Dadi Carvalho/Arnaldo Antunes)
Quando eu quis você, você não me quis
Quando eu fui feliz, você foi ruim
Quando foi a fim não soube se dar
Eu estava lá mas você não viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
E já não caibo em mim
Quando eu quis você, você desprezou
Quando se acabou, quis voltar atrás
Quando eu fui falar, minha voz falhou
Tudo se apagou, você não me viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
E já não caibo em mim
Mas se eu já me perdi
Como vou me perder
Se eu já me perdi quando perdi você
Mas se eu já te perdi
Como vou me perder
Se eu já me perdi quando perdi você
ALCOBA AZUL (Hernán Bravo Varela)
La noche ira sin prisa de nostalgia
Habrá de ser un tango nuestra herida
Un acordeón sangriento nuestras almas
Seremos esta noche todo el dia
Vuelve a mí
Ámame sin luz
En nuestra alcoba azul
Donde no hubo sol para nosotros
Ciégame
Mata mi corazón
En nuestra alcoba azul
Mi amor
SAGA (Filipe Catto)
Andei depressa para não rever meus passos
Por uma noite tão fugaz que eu nem senti
Tão lancinante, que ao olhar pra trás agora
Só me restam devaneios do que um dia eu vivi
Se eu soubesse que o amor é coisa aguda
Que tão brutal percorre início, meio e fim
Destrincha a alma, corta fundo na espinha
Inebria a garganta, fere a quem quiser ferir
Enquanto andava, maldizendo a poesia
Eu contei a história minha pr´uma noite que rompeu
Virou do avesso, e ao chegar a luz do dia
Tropecei em mais um verso sobre o que o tempo esqueceu
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho com força, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer
E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar
E fui gostando do sabor daquela coisa
Viciando em cada verso que o amor veio trovar
Mas, de repente, uma farpa meio intrusa
Veio cegar minha emoção de suspirar
Se eu soubesse que o amor é coisa assim
Não pegava, não bebia, não deixava embebedar
E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho sorrindo, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer
NESCAFÉ (Alexandre Kumpinski/Ian Ramil/Diego Grando/Marcelo Souto)
Eu cuspo nescafé
E você chora leite de manhã
Amarro o meu sapato e tu veste o sutiã
Cadê o nosso amor?
Me diz onde vou correndo pegar o bonde
Que linha liga o teu coração ao meu?
Almoço minha angústia
E tu ri com a cara na tv
Eu tomo um conhaque
E tu fala em ter bebê
Remenda o meu sorriso
E, sorrindo, me costura mais uma ruga
Desfaz a casa que casa com o meu botão
Me esqueço em pensamentos
E tu cobra um pouco de colchão
Respondo qualquer coisa
E tu solta a minha mão
Coloca teu calor na estante
Vem, se deita tranquila e dorme
Em que sonho eu sonho meu sonho igual ao teu?
Que linha liga o teu coração ao meu?
Em que sonho eu sonho meu sonho igual ao teu?
GARÇOM (Reginaldo Rossi)
Garçom, aqui nessa mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor
Garçom, no bar todo mundo é igual
Meu caso é mais um, é banal
Mas preste atenção, por favor
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
E mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza
Só mesa de bar
Quero tomar todas
Vou me embriagar
Se eu pegar no sono
Me deite no chão
CRIME PASSIONAL (Filipe Catto)
Tem samba no meu quarto a noite inteira
Especialmente quando tu te vais
Tem dança quando diz que não me chegas
Que é para distrair o que me faz sofrer aqui demais
Na madrugada tem perfume e vela
Pra atrair alguém que vem e traz
Alguma coisa que em ti me falta
Uma atenção singela pra deixar a noite em paz
Se for pra me ferir com teu silêncio
Respondo teu vazio com a paixão
Pra outros corpos que me satisfazem
Já que essa rua te acalanta muito mais que o meu colchão
Enquanto te convence para os outros
Enquanto te bajulam pelo bar
Não vê, nem por milagre, que tua casa
Pega fogo, espalha, luxuriosa, regozija…
Até que um belo dia me culpaste
Disseste que assim não pode mais
Eu ri e disse: “vai, pode cantar vitória agora
Eu fiz mesmo e faria é de novo se tivesse…” mas…
Três tiros irromperam a noite surda
Pr´um corpo de calor que se extinguiu
Me deu três beijos úmidos de lágrima
Selou meus olhos como um arrepio
ROUPA DO CORPO (Filipe Catto)
Deixei meus trapinhos em cima da cama, fiz tudo ligeiro
Peguei maquiagem, valise e coragem enquanto não vinhas
Eu peguei o dinheiro da minha passagem, que era só de ida
Não olho pra trás, parti e não vou mais é voltar pra essa vida
Deixei na tua casa uma rosa vermelha e um bilhete dizendo
“Cuide bem dessa rosa, trate ela melhor do que tratou a mim”
Nem beijei o papel, dobrei, saí no calor do momento
Vou com a roupa do corpo mesmo sem ter pra onde ir
No caminho da rua sambei meia hora em cada esquina
Entrei em boteco, fiz doze amigos do peito e da pinga
Eu bebi, ri, subi em cima da mesa dizendo “seu moço
Traz mais uma gelada que a nega aqui hoje teve alforria!”
Quando a noite chegou, subi no bonde correndo
Cantando e batendo com os dedos
Um samba na palma da mão
Eu não olho pra trás, não, não me arrependo
Vou com a roupa do corpo
Não sei bem pra onde mas não paro não
RIMA RICA FRASE FEITA (Nei Lisboa)
Desculpe, meu bem
Se ontem te fiz chorar
Mas a vida é assim mesmo
Não se pode exigir
Pouco dá pra esperar
Muito obrigado por tudo
Pelo teu suor, pelos teus gemidos
E espero que a minha estupidez
Cicatrize teus sentimentos feridos
Nasci e morro assim, só
Perdido no escuro, dentro de mim
E vou cruzando o barro
Vou comendo pó
Até que chegue o fim
Mas a força eu retiro
Sugo feito vampiro
De saber que as estrelas
Também vivem sós
De um cigarro amassado
De uma rua deserta
De outros que até eu posso sentir dó
Da menina de olhos grandes como a lua
De uma noite sentindo tua carne crua
E dos bares, das festas
Dos vinhos, serestas
Das mentes infestas de podres horrores
De mil desamores
Do chope das quatro
Desse louco mundo putrefato
Dessa grande peça de teatro
DIA PERFEITO (Marcelo Gross)
Dia perfeito
Para na esquina e diz goodbye
Flutua como uma nuvem
She’s really have a groove
Fina flor
Te disse: “você é um amor”
E disse algo que me entedia
E era isso que eu sentia
E me falou dos seus romances
E quando pensa em aprontar
Ela vai e apronta antes
E eu realmente não creio
Que de fina flor
O cangalho esteja cheio
E me disse esquisitices
E que também vai se guardar
Para quando o carnaval chegar
AVE DE PRATA (Zé Ramalho)
É muito mais do que muito
Muito mais do que quantos anos todos piorei
É muito mais do que mato
Muito mais do que morrem
Todos pela planta do pé
É muito mais do que fera
Mais do que bicho se quiser procriar
Uma espécie, sementes da água
Mistérios da luz
É muito mais do que antes
Mais do que vinte anos multiplicar
Dividir a mentira
Entre cabelos, olhos e furacões
Inventar objetos
Pela esfinge quando era mulher
Ave de prata, veneno de fogo
Vagalume no mar
O mar que se acaba na areia
Gemidos da terra apoiados no chão
Entre todos que usam os dentes do arpão
Apoiados em cada parede pela mão
Pela mão que criou tantas trevas e luz
E cada coisa perdida
Perdidamente pode se apaixonar
Pela última vida
Poucos amigos hão de te procurar
Como é o silêncio?
E nesse momento, tudo quer se calar
Pruma história que venha do povo
O juízo final
2013 – CD ENTRE CABELOS, OLHOS E FURACÕES – AO VIVO – Gravado no Auditório do Ibirapuera, SP nos dias 2 e 3 de fevereiro de 2013 – Produção Universal Music e Canal Brasil – 60253731614 – Direção da produção de Paul Ralphes – Direção do show: Ricky Scaff- Capa, direção de arte e projeto gráfico: Filipe Catto – Fotos de Diego Ciarlariello – Arranjos de Filipe Catto, Paul Ralphes e Banda.
Músicos: Fabá Gimenez (guitarra/violão), Peo Fiorin (bateria), Lucas Vargas (Acordeom), Fábio Sá (contrabaixo/vocais),Caio Andrade (guitarra), Adriano Grineberg (piano/órgão/teclados/vocais), Blubell (participação especial)
Faixas:
1-Saga(Intro)/Alazão (Clarões)
2-Ascendente em câncer
3-Roupa do Corpo
4-Boulevard of broken dreams/Piensa en mi
5-Eu te amo (And I love her)
6-Adoração
7-Sem medida
8-Redoma
9-Johnny, Jack & Jameson
10-Rima Rica Frase Feita/Puro Teatro
11-A sós
12-Mergulho
13-Luz Negra
14-Ave de Prata
15-Saga
16-A sorte é cega
17-20 e Poucos Anos
18-Quem é você (estúdio)
Letras:
ALAZÃO(Clarões) (Ednardo/Brandão)
De qualquer jeito é cedo
De qualquer jeito há medo
De qualquer jeito
A força vem do braço
Ou da palavra sai
Corre
Toca o alazão, meu pai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Estrela branca na testa, alazão
Me veste de perneira e de gibão
Arranca meu sorriso do chão
Abre os meus braços na imensidão
Abre os meus braços na imensidão
Qualquer soluço é pressa
Qualquer dinheiro é pouco
Qualquer desejo é reza
Qualquer promessa só da boca sai
Corre
Toca o alazão, meu pai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Estrela branca na testa, alazão
Me veste de perneira e de gibão
Arranca meu sorriso do chão
Abre os meus braços na imensidão
Abre os meus braços na imensidão
Abre os meus braços
Há um direito e um torto, cavalo é
Eu não estou bem morto, cavalo é
Corre na areia, no vento, cavalo é
No mato seco do tempo, cavalo é
Pula da torre da igreja
Pula por cima da mesa
Pula da torre da igreja
Pula por cima da mesa
ASCENDENTE EM CÂNCER (Filipe Catto/Fernando Calegari)
E se um dia me vires chorando
Partindo de dor
Como uma pobre coisa desgraçada
Como uma triste flor esmigalhada entre seus dedos
Meu amor, não enxugues o meu pranto:
Ri, ri teu sorriso de ouro!
Sacode tua vida como um guizo sobre a minha
E então deixe-me só
Fingindo que é de alegria que eu estou chorando
ROUPA DO CORPO (Filipe Catto)
Deixei meus trapinhos em cima da cama, fiz tudo ligeiro
Peguei maquiagem, valise e coragem enquanto não vinhas
Eu peguei o dinheiro da minha passagem, que era só de ida
Não olho pra trás, parti e não vou mais é voltar pra essa vida
Deixei na tua casa uma rosa vermelha e um bilhete dizendo
“Cuide bem dessa rosa, trate ela melhor do que tratou a mim”
Nem beijei o papel, dobrei, saí no calor do momento
Vou com a roupa do corpo mesmo sem ter pra onde ir
No caminho da rua sambei meia hora em cada esquina
Entrei em boteco, fiz doze amigos do peito e da pinga
Eu bebi, ri, subi em cima da mesa dizendo “seu moço
Traz mais uma gelada que a nega aqui hoje teve alforria!”
Quando a noite chegou, subi no bonde correndo
Cantando e batendo com os dedos
Um samba na palma da mão
Eu não olho pra trás, não, não me arrependo
Vou com a roupa do corpo
Não sei bem pra onde mas não paro não
BOULEVARD OF BROKEN DREAMS (Al Dubin/Harry Warren)/PIENSA EN MI (Augustin Lara)
I walk along the streets of sorrow
The boulevard of broken dreams
Where gigolo and gigolette
Can take a kiss without regret
So they forget their broken dreams
They laugh tonight and cry tomorrow
When you behold your shattered schemes
And gigolo and gigolette
Wake up to find their eyes are wet
So they forget their broken dreams
Here is where you’ll always find me
Always walking up and down
But I left my soul behind me
In an old cathedral town
Si tienes un hondo penar
Piensa en mí
Si tienes ganas de llorar
Piensa en mí
Ya ves que venero
Tu imagen divina
Tu parvula boca
Que siendo tan niña
Me enseñó a pecar
Piensa en mí
Cuando sufras
Cuando llores también
Piensa en mí
Cuando quieras quitarme la vida
No la quiero para nada
Para nada me sirve sin ti
EU TE AMO (AND I LOVE HER) (Lennon & McCartney) Versão de Roberto Carlos
Foi tanto que eu te amei
E não sabia
Que pouco a pouco eu
Eu te perdia
Eu te amo
E aquele louco amor
Inesquecível
Tirar do coração
É impossível
Eu te amo
Te amei demais
Enlouqueci
Brigas banais
Te perdi
O tempo já passou
E eu não consigo
Calar meu coração
E às vezes digo: Eu te amo
ADORAÇÃO (Filipe Catto)
Como relâmpago, silêncio
Passe de milagre você me pintou
Me toma em teu compasso
Que só no teu abraço
Que eu me escondo do mundo
Pele que é pele não mente
Não esconde, não dissimularia
Meu corpo seja palco
Vertido e tomado em pelo à tua poesia
Eu adoraria, eu adoraria
Saber o percurso da tua boca à minha
Eu adoraria, eu adoraria
Ter de noite e de dia
Ter de noite e de dia
Me perder na linha
E me encontrar no fundo dos seus olhos
Pele que é pouca e não se aguenta
Morre de vontade, dispensa ladainha
Meu corpo seja palco
Vertido e tomado em pelo à tua poesia
Eu adoraria
Verbo imperativo da tua língua a minha
Eu adoraria, eu adoraria
Ter de noite e de dia
Ter de noite e de dia
SEM MEDIDA (Pélico)
Incrível você e eu em qualquer lugar
Outros lábios entre os copos vão dizer
Que não adianta correr, supor o estrago, se indignar
Não se mede desespero com você
Falo bem de você em qualquer lugar
Em seu braços nobres homens se perderam
Quem me dera poder ter a coragem de te negar
Mas não se mede sensatez com você
Sempre volto atrás
Então me diga, como quer que eu te queira?
Tenho por nós dois
As verdades só me cabe ignorar
E caminho sem medida com você
Querem você e a mim em qualquer lugar
A distância que me encobria se perdeu
Onde mora o prazer, a compaixão é o pecado
Não se medem devaneios com você
Sempre volto atrás
Então me diga, como quer que eu te queira?
Tenho por nós dois
As verdades só me cabe ignorar
E caminho sem medida com você
REDOMA (Filipe Catto)
Hoje eu cansei de saudade
E vou mandar te trazer
Nem que precisem mais de mil cavalos brancos
Pra te convencer
Nessa espera eu te guardo
Numa redoma de cetim
Que eu teci enquanto cantava
Naquele dia em que eu te conheci
Se eu fosse um rei
Eu te dava abrigo no meu país
Mas eu não sou
Por isso segues como exilado
Sem saber de mim
Hoje não importa nem teu nome
Insisto em te afirmar
Que essa espera é só uma gota
Que só se faz transbordar
Se eu fosse quem você espera
Juro faria-te um ser
Muito maior do que tu sonhas
Muito mais livre do que se possa crer
JOHNNY, JACK & JAMESON (Filipe Catto)
Though my baby is gone
I ain’t got no hurt inside
Every night they come to cheer me up
Johnny, Jack & Jameson
Fill my heart with joy
And I love’em all – every single one
Making my head dizzy to their
Bourbon lips
I ain’t got no way but kiss’em back
Cannot hold myself up
To their thirsty sips
Johnny, Jack & Jameson
Can’t get out of my head
Made myself so nasty
With their taste on me
Made my head go high, my mouth go dry
Though I have my chest ripped out
They come to me
Johnny, Jack & Jameson
Can’t get out of my mind
RIMA RICA FRASE FEITA (Nei Lisboa)
Desculpe, meu bem
Se ontem te fiz chorar
Mas a vida é assim mesmo
Não se pode exigir
Pouco dá pra esperar
Muito obrigado por tudo
Pelo teu suor, pelos teus gemidos
E espero que a minha estupidez
Cicatrize teus sentimentos feridos
Nasci e morro assim, só
Perdido no escuro, dentro de mim
E vou cruzando o barro
Vou comendo pó
Até que chegue o fim
Mas a força eu retiro
Sugo feito vampiro
De saber que as estrelas
Também vivem sós
De um cigarro amassado
De uma rua deserta
De outros que até eu posso sentir dó
Da menina de olhos grandes como a lua
De uma noite sentindo tua carne crua
E dos bares, das festas
Dos vinhos, serestas
Das mentes infestas de podres horrores
De mil desamores
Do chope das quatro
Desse louco mundo putrefato
Dessa grande peça de teatro
PURO TEATRO (C. Alonso)
Teatro
Lo tuyo es puro teatro
Falsedad bien ensayada
Estudiado simulacro
Fue tu mejor actuación
Destrozar mi corazón
Y hoy que me lloras de veras
Recuerdo tu simulacro
Perdona que no te crea
Me parece que es teatro
Yo confiaba ciegamente
En la fiebre de tus besos,
Mentiste serenamente
Y el telón cayó por eso.
Teatro
Lo tuyo es puro teatro
Falsedad bien ensayada
Estudiado simulacro
Fue tu mejor actuación
Destrozar mi corazón
Y hoy que me lloras de veras
Recuerdo tu simulacro
Perdona que no te crea
Me parece que es teatro
A SÓS (Filipe Catto)
Vamos fazer de nós um filme
Imenso como aquele silenciar
Pra te perder, te resgatar do azul
Toda noite te ouvir cantar
Vamos ser mais e mais, todo instinto
Um suspiro estilhaçado ao mar
Hoje eu fiz do teu corpo uma ponte
Pra eu me jogar
Pra me perder, fantasiar
A sós no teu olhar
Toda fúria se converte em luz
Escondo no que é meu
Ao te desvendar no breu
Todo instante pra inventar
Pra nós, um crime
Tão lento quanto aquele silenciar
Pra te reter te derramar no azul
Todo dia te anoitear
O nosso amor uma veia que salta
Um gemido estilhaçado ao mar
Hoje a ira dos deuses caiu
Sobre o nosso lençol
Por nos fazer pagar por ser
Tão dois
A sós no teu olhar
Toda fúria se converte em luz
Encontro fundo em nós
Ao te desvendar a sós
Te desvendar a sós
Te desvendar
Te desvendar a sós
MERGULHO (Alice Ruiz/Alzira E)
Por isso tome fôlego
Que eu vou até o fundo do que posso
Posso bem menos do que imaginas
Posso bem mais do que pensei
Se a superfície é cristalina
Só mergulhando eu sairei
Por isso tome fôlego
Que eu vou até o fundo do que posso
Posso aprender, a vida ensina
Posso ensinar, aprenderei
Posso enfrentar, a minha sina
Posso ter medo, mas te amarei
Por isso tome fôlego
Que eu vou até o fundo do que posso
LUZ NEGRA (Nelson Cavaquinho/Irani Barros)
Sempre só
Eu vivo procurando alguém
Que sofre como eu também
E não consigo achar ninguém
Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim
Estou chegando ao fim
A luz negra de um destino cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde estou desempenhando o papel
De palhaço do amor
AVE DE PRATA (Zé Ramalho)
É muito mais do que muito
Muito mais do que quantos anos todos piorei
É muito mais do que mato
Muito mais do que morrem
Todos pela planta do pé
É muito mais do que fera
Mais do que bicho se quiser procriar
Uma espécie, sementes da água
Mistérios da luz
É muito mais do que antes
Mais do que vinte anos multiplicar
Dividir a mentira
Entre cabelos, olhos e furacões
Inventar objetos
Pela esfinge quando era mulher
Ave de prata, veneno de fogo
Vagalume no mar
O mar que se acaba na areia
Gemidos da terra apoiados no chão
Entre todos que usam os dentes do arpão
Apoiados em cada parede pela mão
Pela mão que criou tantas trevas e luz
E cada coisa perdida
Perdidamente pode se apaixonar
Pela última vida
Poucos amigos hão de te procurar
Como é o silêncio?
E nesse momento, tudo quer se calar
Pruma história que venha do povo
O juízo final
SAGA (Filipe Catto)
Andei depressa para não rever meus passos
Por uma noite tão fugaz que eu nem senti
Tão lancinante, que ao olhar pra trás agora
Só me restam devaneios do que um dia eu vivi
Se eu soubesse que o amor é coisa aguda
Que tão brutal percorre início, meio e fim
Destrincha a alma, corta fundo na espinha
Inebria a garganta, fere a quem quiser ferir
Enquanto andava, maldizendo a poesia
Eu contei a história minha pr´uma noite que rompeu
Virou do avesso, e ao chegar a luz do dia
Tropecei em mais um verso sobre o que o tempo esqueceu
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho com força, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer
E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar
E fui gostando do sabor daquela coisa
Viciando em cada verso que o amor veio trovar
Mas, de repente, uma farpa meio intrusa
Veio cegar minha emoção de suspirar
Se eu soubesse que o amor é coisa assim
Não pegava, não bebia, não deixava embebedar
E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho sorrindo, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer
A SORTE É CEGA (Luiz Guimarães)
Meu amor quando te vejo
Fico a suspirar
Por que é que tu não vê
Que eu vivo a te esperar
Passarinho na gaiola
Vive sempre a cantar
Passa fome, passa sede
Sem pedir, sem reclamar
Mas existe a diferença
Passarinho eu não sou
Minha fome, minha sede
É teu carinho e teu amor
Dizem que a sorte é cega
Só agora acreditei
Por que que fui gosta de ti
Meu amor isso eu não sei
Se ao menos eu pudesse
Alimentar essa ilusão
Que ficou dentro de mim
Machucando o coração.
20 E POUCOS ANOS (Fábio Jr.)
Você já sabe
Me conhece muito bem
E eu sou capaz de ir e vou
Muito mais além
Do que você imagina
Eu não desisto assim tão fácil, meu amor
Das coisas que eu quero fazer
E ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço
Seu valor
E eu só quero dessa vida
É ser feliz
Tem gente ainda me esperando pra contar
As novidades que eu já canso de saber
Eu sei também
Tem gente me enganando
Ah! Ah!
Mas que bobagem
Já é tempo de crescer
Eu não abro mão
Nem por você
Nem por ninguém
Eu me desfaço
Dos meus planos
Quero saber bem mais
Que os meus 20 e poucos anos
QUEM É VOCÊ (Eduardo Dusek/Isolda)
Quem será que me chega
Na toca da noite
Vem nos braços de um sonho
Que eu não desvendei
Eu conheço o teu beijo
Mas não vejo o teu rosto
Quem será que eu amo
E ainda não encontrei
Que sorriso aberto
Ou olhar tão profundo
Que disfarce será, que usa
Pro resto do mundo
Onde será que você mora
Em que língua me chama
Em que cena da vida
Haverá de comigo cruzar
Que saudade é essa
Do amor que eu não tive
Por que é que te sinto se nunca te vi
Será que são lembranças
De um tempo esquecido
Ou serão previsões
De te ver por aqui…
Então vem!
Me desvenda esse amor
Que me faz renascer
Faz do sonho algo lindo
Que me faça viver
Diz se fiz com os céus algum trato
Esclarece esse fato
E me faz compreender
Esse beijo, esse abraço na imaginação
E descobre o que guardo pra ti
No meu coração
Mas deixa eu sonhar, deixa eu te ver
Vem e me diz: Quem é você?
Faixa gravada no estúdio 11:11 de SP sob direção de Florência Saravia e assistência de Roberto Thormin. Músicos participantes: Duda Lima (contrabaixo), Deni Rocha (violoncelo), Marcos Scheffel (violino), Rodolfo Lôta (violino), Alexandre de Leon (viola), Aramis Rocha (viola), Ariel Sanches (violino), Cuca (violino), Edgar Montes Leite (violino), Rafael Cesário (violoncelo), Robson Rocha (violino), Daniel Pires (viola) e Guilherme Sotero (violino).
2013 – DVD ENTRE CABELOS, OLHOS E FURACÕES – AO VIVO – Universal/Canal Brasil 60253731616
O DVD apresenta o mesmo registro do CD, só que com com o show completo, incluindo as faixas Crime Passional, o medley Eu menti pra você/Mente/Meu mundo caiu/Volta por cima/Galope, Nescafé, 2 Perdidos e Dia Perfeito. Conta também com o Making of e o clipe de Quem é você.
2015 – CD TOMADA – Natura Musical/Radar Records RAD 4456 – Gravado e mixado no Estúdio Marini, RJ. Gravações adicionais nos Estúdios Doze Dólares e Toca do Pedruca – Produção de Kassin – Direção artística e repertório de Ricky Scaff, Filipe Catto e Kassin – Design gráfico: Filipe Catto – Fotos de Gal Oppido.
Músicos: Domênico Lancellotti (bateria/percussão), Kassin (baixo), Pedro Sá (guitarra), Luis Carlini (guitarra), Danilo Andrade (teclados), Altair Martins (trumpete), Felipe Cordeiro (guitarra), Manoel Cordeiro (guitarra), Marlon Sette (trombone), Gabriela Riley (backing vocal)
Participações de Marina Lima (violão em Partiu), Ava Rocha (vocal em Do fundo do coração) e Maíra Freitas (rhodes em Paloma Negra)
Faixas:
1-Dias e noites
2-Partiu
3-Depois de amanhã
4-Auriflama
5-Canção e silêncio
6-Do fundo do coração
7-Amor mais que discreto
8-Um milhão de novas palavras
9-Iris e arco
10-Pra você me ouvir
11-Adorador
12-Paloma Negra (Hidden Track)
Letras:
DIAS E NOITES (Filipe Catto)
Já nem sei dizer quantos nomes, cores, lábios
Nesses lábios roubei
Por onde esbarro o perigo
Onde madrugada já não passa
De uma armadilha
Onde eu quis me perder, me deixar
Por outros sinais
Já nos gastamos, jorrando fontes
Apostando alto demais
Por onde me devora o infinito
Hoje essa cidade nos arrasta
Por mais um dia, por aí
Por querer te levar por outros finais
Já que amanhã serão dias e noites
De tantos instantes iguais
Que tal calar agora e assistir
A cidade ao redor, inteira despertar
Apagar as pistas e seguir?
PARTIU (Marina Lima)
Partiu, foi
Cola comigo
Partiu, foi
Fora do umbigo
Uma vida inteira pra plantar e pra colher
Luz
Juntos na virada
Quentinhos no iglu
Soltos no esplanada
Chapados com o azul
Com você formou
A liga das nações
Pra libertar os povos
Dos nossos corações
Partiu, Berlin
Viaja comigo partiu, Berlin
Tudo é possível
Uma vida inteira pra plantar e pra colher
Luz
Secos e sedentos
Jovens ou além
O que pede a liga
É o belo, é o bem
Com você sou livre
Pra ser o que sentir
Sem medo nas paradas
Sem culpas pra ingerir
Partiu, formou
Casa comigo
Partiu, formou
Em todos os sentidos
Proteger o povo
Que amei e me peitou
E acolher os novos
Entes do amor
Partiu brasil
Bora comigo
Partiu brasil
Tudo contigo
Uma vida inteira pra plantar e pra colher
Luz
DEPOIS DE AMANHÃ (Filipe Catto/Moska)
O que o tempo vai falar de nós, quando o dia amanhecer?
O que dirão cortinas e lençóis, os beijos sem iguais quando a história se escrever?
O que o cinema vai falar de nós, quem vai nos interpretar?
Quantos livros vão arder para nos contradizer quando a noite arrebentar?
Depois de amanhã, depois de amanhã, depois…
Depois de amanhã, depois de amanhã, depois…
O que o tempo vai falar depois, dessa cama naufragar?
Dos espelhos refletirem sons, do chão se partir em dois, da poeira espantar?
Que lembranças vão sobrar de nós, se não há como adiar
Não há como te expirar de mim, nem respirar o bastante pra estender esse fim
Depois de amanhã, depois de amanhã, baby depois de amanhã…
Depois de amanhã, depois de amanhã, depois de amanhã…
AURIFLAMA (Thalma de Freitas/José Eduardo Agualusa)
Onde o amor termina, amor, começa a morte
Morte é a esquina, onde o amor termina
Onde o amor termina, amor, começa a morte
Morte é a esquina onde o amor termina
Ainda tua pele me ilumina, ainda tua voz aumenta a chama
Ainda és rainha do clamor, ainda me chama, o amor…
Amor, auriflama, assina, auriflama, assina
Onde o amor termina, amor, começa a morte
Morte é a esquina, onde o amor termina
Onde o amor termina, amor, começa a morte
Morte é a esquina onde o amor termina
Ainda o meu coração se espanta, ainda canta o amor
Amor e como canta, e como canta
E onde canta o amor, a morte desafina
Amor, auriflama, assina
CANÇÃO E SILÊNCIO (Zé Manoel)
Procurei nos lábios, procurei nos olhos a tua presença e só achei saudade
Eu não queria ser mais um entre um milhão de loucos
Pouco a pouco vou perdendo os parafusos e correndo contra a multidão
Não vou lhe implorar piedade, não vou te escrever poemas
Não, eu já tranquei as portas e você nem se importa
Quer saber? Eu já chorei até demais por você
Quer saber? Eu já chorei até demais por você
Procurei nos livros, nas fotografias pelo teu sorriso e só achei tristeza
Veja a cada instante, você indo embora e eu nem sei pra onde
Deve ser onde a alegria e o teu amor se escondem
Não vou lhe implorar piedade, não vou te escrever poemas
Não, eu já tranquei as portas e você nem se importa
Quer saber? Eu já chorei até demais por você
Quer saber? Eu já chorei até demais por você
DO FUNDO DO CORAÇÃO (Taciana Barros /Júlio Barroso)
A noite é princesa caída por mim
No lago do peito, secreta solidão
Eu lembro lugares, pessoas que frequentei
Cenas que vi, filmes que já filmei
Apareça qualquer hora agora
E mora no meu coração
Apareça qualquer hora agora
E mora no meu coração
Eu sou marinheiro, navego com a lua
Meu mar é a rua, amar só você
No movimento exato do olho do lince
O raio de laser, na selva do olhar
Apareça qualquer hora agora
E mora no meu coração
Apareça qualquer hora agora
E mora no meu coração
Eu canto donas de castelo
Não sou louco, louco não
Eu brinco de polichinelo
Como o bobo coração
Mil e um palácios de areia
Noites de sereias
Eu ouço o som de uma nota só
A noite é princesa caída por mim
No lago do peito, secreta solidão
Eu lembro lugares, pessoas que frequentei
Cenas que vi, filmes que já filmei
Apareça qualquer hora agora
E mora no meu coração
Apareça qualquer hora agora
E mora no meu coração
AMOR MAIS QUE DISCRETO (Caetano Veloso)
Talvez haja entre nós o mais total interdito
Mas você é bonito o bastante
Complexo o bastante
Bom o bastante
Pra tornar-se ao menos por um instante
O amante do amante
Que antes de te conhecer
Eu não cheguei a ser
Eu sou um velho
Mas somos dois meninos
Nossos destinos são mutuamente interessantes
Um instante, alguns instantes
O grande espelho
E aí a minha vida ia fazer mais sentido
E a sua talvez mais que a minha
Talvez bem mais que a minha
Os livros, filmes, filhos ganhariam colorido
Se um dia afinal
Eu chegasse a ver que você vinha
E isso é tanto que pinta no meu canto
Mas pode dispensar a fantasia
O sonho em branco e preto
Amor mais que discreto
Que é já uma alegria
Até mesmo sem ter o seu passado, seu tempo
O seu agora, seu antes, seu depois
Sem ser remotamente
Sequer imaginado
Sequer imaginado
Sequer imaginado sequer
Por qualquer de nós dois
Mas você é bonito o bastante
Complexo o bastante
Bom o bastante
Pra tornar-se ao menos por um instante
O amante do amante
Que antes de te conhecer
Eu não cheguei a ser
UM MILHÃO DE NOVAS PALAVRAS (Fernando Temporão/César Lacerda)
A gente anda tão mal
Eu, você, geral
Tanta raiva, quanto mais sinto pressa
Na contramão da fé
Grito sem cessar
Minha voz explodirá essa máscara
E tudo virá contra o muro
Um milhão de novas palavras
Olho de lá, do futuro
Sou o porta-voz, único e feroz
Em mim, sou só
Os homens no poder vão classificar
O teu corpo, teu lugar, tua cara
Lições de amor igual, quem precisará
Olhos tantos, grande irmão ache graça
E tudo virá contra o muro
Um milhão de novas palavras
Olho de lá, do futuro
Sou o porta-voz, único e feroz
No fim, sou só
ÍRIS E ARCO (Thalma de Freitas/Gui Held/Tiganá Santana)
Hoje vou descansar, o corpo da ilusão
Feito estrada aberta e céu de quase intenção
A roupa que ser quer, veste o que é vastidão
No cetim da tarde já é tarde no chão
Do corpo, ilusão
Tenho as coisas na mão
Mas nunca quis celebração
Nem verso, nem verão
Nem, não
Só as cores que estão
Dentro da gota de nada
Que pode tudo querer
Cor de ventar a água
Quando chorar quer nascer
E andar na face espantada
Com a imagem que se verter
E se for minha a mágoa
E se for como se perder
No corpo, ilusão
Tenho dúvida então
Nunca vou despertar
Nem nunca vou cansar
Nem nunca, iludir
Para ser segredo eu nunca vou me vestir
Dou- me meu corpo são
Como quem quer partir
Empunhei o arco para a iris ferir
PRÁ VOCÊ ME OUVIR (Filipe Catto)
Breve como fosse nada
Me deparo a teus pés
Pouco e sem direção
Se te flagro entre as florestas
Ares, furtos ou incertas
De uma noite qualquer
E flechado entre teus lábios
Nem lhe juro nem retraio
Te devoro num raio
Pra te ter quatro paredes
Detratadas, delinquentes
Endereço qualquer
Vou cantar pra você me ouvir
Pra você surgir
Pra você ficar agora
Vou cantar pra você me ver
Me reconhecer
Me deixar entrar na hora
Eu te quero um tiro em cheio
Todo de uma vez
Se você quiser me amar
Uma prova do teu gosto
Seja eterno enquanto você quiser me amar
Vou cantar pra você me ouvir
Pra você surgir
Pra você ficar agora
Vou cantar pra você me ver
Me reconhecer
Me deixar entrar na hora
ADORADOR (Filipe Catto/Pedro Luis)
Feito uma droga lenta, uma ressaca imensa
Tua boca me arrebenta, amor
Me leva por um fio, me despe no vazio
Depois me deixa e deixa a dor
Por hora ou por um dia, tua ausência fria
Me deixa assim sem cobertor
Eu sigo ao léu a esmo, nem me reconheço
De nós restou só o torpor
A dor, a dor, a dor
Parece que és adorador de ver-me assim amor
Sumis-te de repente eu me quedei dormente
Entre a sala e o corredor
A dor, a dor, a dor
Parece que és adorador de ver-me assim amor
Tomado de egoísmo todo o meu abismo será
Teu amor
PALOMA NEGRA (Tomás Mendez Sosa)
Ya me canso de llorar y no amanece
Ya no sé si maldecirte o por ti rezar
Tengo miedo de buscarte y de encontrarte
Donde me aseguran mis amigos que te vas
Hay momentos en que quisiera mejor rajarme
Y arrancarme ya los clavos de un penar
Pero mis ojos se mueren si mirar tus ojos
Y mi cariño con la aurora te vuelve a esperar
Y aggaraste por tu cuenta la parranda
Paloma negra paloma negra dónde, dónde andarás?
Ya no jueges con mi honra parrandera
Si tus caricias han de ser mías, de nadie mas
Y aunque te amo con locura ya no vuelves
Paloma negra eres la reja de un penar
Quiero ser libre vivir mi vida con quien yo quiera
Dios dame fuerza que me estoy muriendo por irla a buscar
Y agarraste por tu cuenta las parrandas
2017 – CD CATTO – BF 507-2 – Biscoito Fino – AA0002500 – Gravado nos estúdios – Doze Dólares (SP) por Fábio Pinczowski, Marini (RJ) por Mauro Araújo, Capim Santo (SP) por Felipe Puperi, Parede Meia (SP) por Rovilson Pascoal e Bruno reis, Quarto do Felipe por Felipe Puperi entre Julho e Outubro de 2017
Produzido por Felipe Puperi, mixado por Tiago Abtahão e masterizado por Brian Lucey
Guitarras, teclado, synths e arranjos de Felipe Puperi, bateria e percussão: Michelle Abu, Baixo: Fábio Sá, guitarra em Faz Parar: Pedro Sá, Vocais em Só por ti: Zélia Duncan, violoncelo: Jonas Moscaio, viola: Gilberto Paganini, violinos: Davi Graton e Tiago Paganini
Capa, direção de arte, design gráfico e ilustrações: Filipe Catto – Fotos: Lorena Dini
Faixas:
1-Como um raio (Rômulo Fróes/Nuno Ramos)
2-Lua Deserta (Filipe Catto)
3-Canção de engate (António Variações)
4-Faz parar (Rômulo Fróes/César Lacerda)
5-Só por ti (Filipe Catto/Zélia Duncan)
6-Um nota um (Bruno Capinan)
7-Arco de luz (Marina Lima/Antônio Cícero)
8-Torrente (Filipe Catto/Fábio Pinczowski)
9-É sempre o mesmo lugar (Rômulo Fróes/César Lacerda)
10-Eu não quero mais (Igor de Carvalho/Juliano Holanda)
Letras:
COMO UM RAIO (Rômulo Fróes/Nuno Ramos)
Dizem por aí
Que eu não sou nada
A pessoa mais errada
Que eu perdi a direção
Dizem que eu deixei no violão
Tudo que tinha de bom
E que já nem sei cantar
Mas atenção
Aumente o rádio
Minha canção
Vai acender o teu silêncio
Como um raio
Mas olha bem
No meu retrato
Meu coração
Meu coração
Vai acender o céu imenso
Como um raio
LUA DESERTA (Filipe Catto)
Muito além
Desse imenso azul rasgando
Você vem
Me parece até Satã
Parece Jesus
Me beijando
Pelas margens
E clareiras
E desertos
Luas cheias
Lua deserta
Chuva dourada
Lua deserta
O nascimento de Vênus
Meu amor
Se derrama feito ouro
Todo meu amor
Me envenena de manhã
Parece essa luz me cegando
CANÇÃO DE ENGATE (António Variações)
Tu está livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
à espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada
FAZ PARAR (Rômulo Fróes/César Lacerda)
Faz parar
O movimento, a gravidade
Os homens do lugar
O horizonte, o calor
A bomba atômica
A correnteza, a multidão
A minha música
A tempestade
O cristal da minha lágrima
Faz parar tudo que move
Esse seu olhar
Seu olhar
Desperta o medo, o desejo
Os homens do lugar
Os olhos negros
A cidade, a carne trêmula
A madrugada que eu guardava
Em minha música
O mundo inteiro
Que eu carrego em uma lágrima
Desperta tudo que atravessa
Esse seu olhar
Vem dizer pra mim meu nome
Põe as coisas no lugar
Vem mostrar a maravilha
Não me deixe desabar
Eu não sei o que é morrer
Eu só quero olhar
SÓ POR TI (Filipe Catto/Zélia Duncan)
Rápidos, famintos
Teus olhares sabem meus instintos
Ímpetos malditos
Tapo a minha boca e eles gritam
Só porti
Súditos ávidos
Só por ti
Súditos ávidos
Mágicas mentiras
Pulam da cartola
Nascem mitos
Raros, imprecisos
Beijos foram feitos só pra isso
Só por ti
Súbitos hábitos
Só porti
Súbitos hábitos
Me manda o som da chuva
Fala ou canta
Alguma coisa diferente
Alguma história quente
Que alimente o mundo
Na curva dessa estrada
Sobra o sonho de ser simples
Como a água boa, clara
Jorra antes do fim
UM NOTA UM (Bruno Capinan)
Procurei uma nota
Uma brecha
Uma fenda
Procurei com as asas
Uma solta
E a outra presa
Procurei sem impasse
Numa onda
Numa nada
Procurei sem palavras
Acabei por escrito
De que vale saber ?
Mas pra que mais querer ?
De que vale saber ?
De que vale saber ?
Mas pra que mais querer ?
De que vale saber ?
Vai nascer uma nota
De uma brecha e da fenda
Uma nota com asas
Uma solta
E a outra presa
Vai nascer sem impasse
Numa onda
Numa nada
Vai nascer sem palavras
Acabar por escrito
ARCO DE LUZ (Marina Lima/Antônio Cícero)
Somos mesmo amantes e inimigos
Nessa mesma cama assim
Sem nos tocar
Sem saber nem porque ficar
Meio dia e meia e nem um email
E eu de longe só pedindo
Pra você se expor
Pra depois não maldizer o amor
Acorda e vê
Há um arco de luz
Que eu pus lá no céu pra você
Vem, vem desembrulhar
Essa cama, esse lar
Que é seu e pra sempre será
Somos mesmo amantes e inimigos
Mas eu torço pra você optar por nós
E deixar esse amor ter voz
Acorda e vê
Há um arco de luz
Que eu pus lá no céu pra você
Vem, vem desembrulhar
Essa cama. esse lar
Que é seu e pra sempre será
TORRENTE (Filipe Catto/Fábio Pinczowski)
Ardo só de ilusão
Frágil como vulcão
De agonia em milhões de vezes
Corre e olha esse mar
Antes de borbulhar
Antes de devorar a gente
Algo imenso virá
Sem se anunciar
Sequer vai revelar os dentes
Quando o santo vier
Bicho, homem, qualquer
Coração quase que dormente
Frente às multidões
Coração aos leões
Mais do que qualquer outro aguente
Quando a bomba estourar
E a sirene soar
Estaremos pela torrente
Algo imenso virá sem se anunciar
Sequer vai revelar os dentes
E o sol espreitar na janela será
Nosso corpo demais que urgente
A vida se anuncia
Pelas horas e cometas
E nos consome
Toda hora à espreita e sempre irá
Sempre irá
Se revelar
É SEMPRE O MESMO LUGAR (Rômulo Fróes/César Lacerda)
Caí
Sobre aquele que um dia
Me fez cantar
Não quis me levantar
Já era ali
Ali
Sobre os ombros daquele
Que u fiz voar
Já era meu lugar
O mu país
Eu sei
É tudo por um triz
Viver, morrer e fugir
É sempre o mesmo lugar
Eu quis cansar de ser feliz
Viver no mesmo país
De quem me fez cantar
EU NÃO QUERO MAIS (Igor de Carvalho/Juliano Holanda)
O chã frio da minha sala
Costuma ser
Mais macio que tuas palavras
Costuma ser
Feito sombra no inverno
Frio como o avesso do inferno
Nesses dias em que o sol não quer nascer
E as mentiras descaradas
Ousas manter
Fera presa e mal alimentada
Ousas manter
Essa máscara fingida
Que tu usas como rosoto
Vai se desmanchando
Dia a dia
Pouco a pouco
E eu não quero mais pouco
Eu não quero mais pouco
Eu quero mais é que você se foda

O NASCIMENTO DE VÊNUS TOUR – AO VIVO
Lançamento nas plataformas: 17/12/2021 – Show gravado no dia 13/3/2020 no Sesc Pinheiros, SP – CD Físico lançado em dezembro de 2022 –
1- ABERTURA – O LAGO DOS CISNES (Tchaikovski)
2- COMO UM RAIO (Rômulo Fróes/Nuno Ramos)
3- ADORAÇÃO (Filipe Catto)
4- DEPOIS DE AMANHÃ (Filipe Catto/Paulinho Moska)
5- É SEMPRE O MESMO LUGAR (Rômulo Fróes/César Lacerda)
6- CANÇÃO E SILÊNCIO (Zé Manoel)
7- UM NOTA UM (Bruno Capinan)
8- TORRENTE (Filipe Catto/Fábio Pinczowski)
9- EVA (Umberto Tozzi/Giancarlo Bigazzi) Versão: Marcos Ficarelli
10- SAGA (Filipe Catto)
11- CANÇÃO DE ENGATE (António Variações)
12- DO FUNDO DO CORAÇÃO (Taciana Barros/Júlio Barroso)
13- LUA DESERTA (Filipe Catto)
14- ROUPA DO CORPO (Filipe Catto)
15- EU NÃO QUERO MAIS (Igor de Carvalho/Juliano Holanda)
Mixagem e edição de Filipe Catto e Jojolonestar – Masterização de Florência Saravia-Akamine
Foto da capa: Juliana Robin – Cauda de sereia por Thia Sguoti/Sirenusa Fins