
FCEF teve o prazer de conversar com a radialista e produtora cultural gaúcha, KATIA SUMAN, criadora do projeto SARAU ELÉTRICO, um evento de literatura que existe desde 1999, portanto irá completar 17 anos no segundo semestre deste ano de 2016 e continua a acontecer nas terças feiras às 21h. O projeto sempre foi realizado no Bar Ocidente, em Porto Alegre, mesmo local onde tivemos a alegria de conversar com ela e mais uma vez, agradecemos a gentileza e a disponibilidade da Katia em nos receber para falar um pouco sobre o seu trabalho.
FCEF – Sua formação é de radialista?
KS – Sim, sou radialista até hoje. Trabalhei em uma rádio por 25 anos. Uma rádio bem famosa aqui de Porto Alegre, que teve seu auge dos anos 80 até 2000. Eu acompanhei todo esse surgimento do rock brasileiro, uma rádio que tocava muito o repertório de bandas daqui. Era a Rádio Ipanema, que não existe mais. Por causa disso sempre tive muito contato com a cena musical, com a cultura da cidade, porque era uma rádio bem aberta à cena cultural, muito livre, muito interessante. Contemporânea da Fluminense FM, do Rio de Janeiro. As duas tiveram um papel muito importante na cena. Eu conheci o Luiz Antonio Mello, coordenador da rádio carioca. Ele chegou inclusive a vir aqui. Então a minha carreira profissional está ligada ao rádio. Hoje eu tenho uma rádio web chamada Rádio Elétrica Ouça Aqui , que mantenho desde 2010 e o programa que eu faço, de segunda a sexta, do meio dia à uma da tarde, ao vivo, é transmitido também por uma FM, a Rádio Unisinos. (103.3) Eu transmito da minha rádio e compartilho com essa FM. Existe um aplicativo da Rádio Elétrica que pode ser baixado para o celular. Eu toco o Filipe Catto lá, lógico. Tem alguns programas, são 24h de música e a escolha é minha.
FCEF – Sarau Elétrico e Filipe Catto. Como se deu essa junção?
KS – O Sarau Elétrico é um evento de leituras com uma canja musical no final. Todas as terças-feiras a gente se encontra aqui no Bar Ocidente. Somos 4 pessoas e cada semana tem um tema. Aí cada um traz as leituras e ficamos lendo. É incrível como uma troço desses dure 16 anos, né? E as pessoas realmente gostam! O público está sempre se renovando. Teve uma época que tinha um cara sempre na primeira mesa. Normalmente estava com uma amiga. Um guri bem jovem, muito bonito, de cabelos compridos. Ele vinha toda semana. Sempre na primeira fila. Com o tempo você acaba ficando íntimo, de se ver, se conhecer. Ele perguntava de algum livro, alguma referência de leitura e tal que a gente tinha lido. E ele sempre ficava pra canja também. Aí, um dia, ele me deu um CD e falou assim: “ Olha, eu tenho aqui umas gravações que eu fiz, domésticas. Eu canto e se desse, eu gostaria de fazer uma canja”.
As canjas podem ser de alguém bem famoso como Nei Lisboa, Humberto Gessinger, Vitor Ramil, o Los Hermanos tocou uma vez aqui. Eram amigos de um dos integrantes do Sarau e fizeram um show acústico sensacional. Bem, aí eu fui ouvir o CD que o rapaz tinha me dado e fiquei impressionada. Era um som incrível. Ele cantando em inglês, afinadíssimo, com aquele registro agudo que ele tem. Eu achei o máximo e disse: Vem! Aí ele veio, tocou e foi um sucesso. Isso foi antes do período em que ele foi morar fora do país.
Depois ele voltou e em seguida foi morar em SP e pouquíssimo tempo depois, pronto. É a figura mais famosa da nova geração da música brasileira, né? Filipe Catto!!
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