O lado maravilhoso da internet. A possibilidade de se conhecer novos e talentosos artistas. Vicka é uma jovem artista paranaense e já diz a que veio. Cantora, compositora e instrumentista, ela é a nossa entrevistada deste mês.
FCEF – Fale-nos sobre sua trajetória na música. Você é muito jovem, mas já demonstra muita maturidade musical. Como é isso?
V- Eu comecei a cantar aos 12 anos, em rodeios tradicionalistas aqui no Paraná (eu sou de Cascavel), cantei também na igreja onde participava do grupo de jovens e depois comecei a fazer aulas de violão. Aos 14 anos comecei a me apresentar em bares e fui evoluindo. No começo não era tão bom assim. Eu sempre estava tentando aprender, pesquisando na internet como tocar as músicas que gostava e conhecendo músicas diferentes. Com o tempo fui transformando minhas ideias em música e acredito que o tempo foi me dando maturidade. Fui ouvindo outros artistas e experimentando os sons até chegar no resultado que cheguei hoje. Acredito que o som vai se modificando com tempo, e vou estar sempre estudando para melhorar.
FCEF – Você tem outros artistas na família?
V – Na música, profissionalmente não, mas meu pai toca violão, cavaquinho, acordeom e canta. Minha mãe também canta. Minha família é bem musical e isso me influenciou. Quando eu era criança eles participavam de um coral e eles me levavam junto nos ensaios e apresentações. Tenho também um bisavô que tocava violino. Tem um histórico.
FCEF – Quem te influencia na música brasileira e na estrangeira?
V – Eu tenho várias referências. Tudo que escutei até hoje me influenciou pra fazer o som que faço. Na música brasileira tive vários ídolos na minha adolescência quando estava aprendendo a tocar e cantar. Posso citar Rita Lee, Paula Toller, Maria Gadú e Ana Carolina, que me inspiraram muito. Hoje sou muito fã de artistas como Tiago Iorc, as meninas do duo Ana Vitória, Vitor Kley, que é um cara que admiro demais, não só pela música, mas também pela pessoa que ele é. Na música internacional sou muito fã de alguns artistas da música country americana, como Sheryl Crow, Susan Tedeschi, Grace Potter e, claro, as bandas mais conhecidas do pop como Cold Play e artistas “estouradas” como Beyoncé, Britney Spears . Gosto de muita coisa e muitos me influenciam.
FCEF – Como foi o processo pra gravar seu primeiro trabalho, o EP Concreto?
V – Gravei esse álbum na minha cidade, Cascavel, com o produtor Luciano Veronese e convidei meus amigos músicos, da época, para gravar os instrumentos: bateria, baixo e guitarra. Convidei as pessoas que tocavam comigo e reuni as músicas que eu considerava as melhores que eu tinha até aquele momento. Reuni sete músicas que eu gostava, acreditava e gravei. Foi extremamente experimental por que eu não tinha uma visão do resultado final, queria apenas gravar. Cada músico que participou colocou um pouco de sua personalidade musical e o resultado está no Spotify pra quem quiser conferir. É só pesquisar: Concreto – Vicka.
FCEF – Onde você se sente mais confortável: no canto, composição ou tocando um instrumento?
V – Eu acho que os três se complementam. Eu estar tocando, sem cantar, não faz muito sentido, porque quando eu crio a música, já faço o arranjo do violão junto. A batida, o ritmo, é tudo uma coisa só. O que eu canto faz sentido com a forma como eu toco e penso. As três coisas se juntam para formar uma só. Eu me sinto confortável com as três, pra ser sincera.
FCEF – Como foi a experiência de tocar nas ruas de cidades da Europa?
V – Foi incrível! Uma das experiências de maior aprendizado na minha vida. Aprendi muito, conheci pessoas de vários países e fui muito bem recebida quando me apresentava nas ruas de Dublin (Irlanda). Fiquei muito feliz de receber tanto carinho de pessoas de diferentes lugares. Elas compravam meu CD e mandavam mensagens e pude sentir que era aquilo que eu queria pra minha vida. Lá, foi uma revelação do tipo: se eu não fizer isso da minha vida, não sei o que vou fazer. Faz parte de mim e amo demais.
FCEF – Muitos artistas optam por se mudar para o eixo Rio/SP. Você pretende continuar morando no Paraná?
V – Eu já estou morando em São Paulo faz alguns meses. Me mudei em setembro de 2019, assinei um contrato com a gravadora Midas e pretendo continuar morando lá. Depois que me instalei em São Paulo, ficou claro que é lá que as coisas acontecem. Já conheci pessoalmente muitos artistas que admiro, já pude conversar com várias pessoas que entendem muito de música. Estou me relacionando com pessoas que são uma inspiração pra mim. Então, estar em São Paulo faz toda a diferença, sem dúvida.
FCEF – Qual foi a maior emoção (até agora) da sua carreira?
V – Muita coisa já aconteceu. Tenho muita história pra contar e fica difícil escolher uma emoção só. Todas fazem parte de um processo, mas eu posso dizer que esse momento que estou passando agora está sendo muito importante. Ter uma repercussão como estou tendo nas redes sociais, com uma música que escrevi, em um momento tão frágil, um sentimento que consegui transformar em música…Isso está sendo incrível. Receber tanto carinho de pessoas de lugares tão diferentes. Acho que o hoje está sendo o diferencial para mim.
FCEF – Quais são seus planos futuros? CD novo? Músicas nas redes?
V – Meu plano é continuar escrevendo, transformar minhas ideias e meus sentimentos em canções e, com certeza, lançar muitas músicas nas plataformas. Já tenho algumas coisas gravadas, material que produzi com a gravadora, e no futuro pretendo lançar um álbum e vários clipes inclusive, mas vou deixar isso para os próximos capítulos da história. Vamos ver o que vai acontecer..
Vicka no instagram: @vickaoficial