Papo Afinado: Régis Damasceno

Régis
Foto: Klaudia Alvarez

Instrumentista, compositor e produtor musical, Régis Damasceno é natural de Fortaleza, CE, mas mora em São Paulo há vários anos. É um  dos fundadores do grupo Cidadão  Instigado e  já produziu discos de grandes nomes de nossa música, além de desenvolver também sua  carreira solo.  Seu trabalho mais recente é a direção musical  de dois shows  que vão acontecer no Sesc  24 de Maio, nos dias 14 e 15  de novembro, focalizando a obra do cantor e compositor inglês Nick Drake.

FCEF- Quando você descobriu que queria trabalhar com arte?

RD –  Eu acho que foi quando eu tive as minhas primeiras memórias musicais com meus  pais quando eu tinha uns 6, 7 anos, ouvindo os discos que eles colocavam.  Geralmente era no sábado de manhã, quando meu pai não estava trabalhando. Aquilo me encantava muito e ficava de olho na música, com o ouvido aberto pra perceber as coisas. Teve um momento que ele me presenteou com uma harmônica, uma gaita. Um instrumento relativamente fácil, que basta soprar. Um tempo depois, quando eu tinha uns 12 anos, pedi um violão. Tive umas aulas, comecei a tocar e nunca mais parei. Sempre adorei isso. Já fiz outras coisas na vida, mas não me vejo fazendo outra coisa, atualmente. Meu pai não era músico, é engenheiro agrônomo aposentado. Tem apenas outro músico na família, um primo dele.

FCEF – E a carreira, começou quando ?

RD – Na escola eu já formei uma banda. Tocávamos rock nacional: Ultraje a Rigor, Ira, Legião, Titãs, Paralamas…Quando terminei a escola fiz vestibular para música e cursei 3 anos, mas não me graduei. Fui trabalhar em banco, mas continuei na noite, voz e violão. Me apresentava nos bares tocando e alguém cantando. Também participei de uma banda cover dos Beatles, a Rubber Soul, que existe até hoje. Em 1995 eu comecei a tocar no Cidadão Instigado e a banda fez 22 anos agora. Em 2000 o Fernando Catatau veio para São Paulo. Já tínhamos gravado um disco e vínhamos sempre para São Paulo fazer shows e gravar também.  Em 2002 eu vim com o Rian.

FCEF – Que instrumentos você toca?

RD – Toco guitarra, violão e baixo.

FCEF -Além do Cidadão Instigado você participa de vários projetos. Como é isso?

RD – Eu vim pra São Paulo e conheci muitos artistas, toquei com outras pessoas, consegui fazer muitas coisas. Toquei muitos anos com o Marcelo Jeneci, com Pélico, Gui Amabis. Já gravei com muita gente também.

FCEF – Você também tem seus projetos solo.

RD- Sim, tenho três discos solo. O meu projeto se chama Mr. Spaceman. Só o primeiro lancei o disco físico, por um selo do Rio de Janeiro. Os outros dois podem ser ouvidos no meu site: Aqui Nos discos eu canto em inglês.  Quando me dá vontade de fazer um trabalho eu vou lá e gravo. Normalmente chamo um baterista, vou montando as coisas e disponibilizo no site.

FCEF – Na área de produção, quando você começou ?

RD – Lá em Fortaleza eu já tinha produzido algumas bandas independentes. Eu sempre gostei de estúdio. Curto esse ambiente, de criação. Estar dentro da dinâmica de bandas para ajudar a funcionar, organizar, delegar, incentivar, corrigir. Quando vim para São Paulo continuei esse trabalho aqui. Produzi o disco do Gui Amabis junto com ele, Bruno Souto e outros artistas independentes. Fiz a direção musical do projeto Vozes do Brasil com a Patricia Palumbo recentemente.

FCEF – Quais são suas principais influências musicais?

RD – Dos estrangeiros, The Smiths e Beatles.É para onde eu sempre volto quando quero ouvir música. Um dos anos 60 e outro dos anos 80, quando eu era adolescente e que me pegou emocionalmente também.Os Beatles mais pelo meu pai que ouvia e os Smiths por mim mesmo. Gosto muito do som deles, mas estou sempre ouvindo música, tentando renovar. Sou muito aberto pra ouvir as coisas. Já os nacionais, eu curto muito o som do Júpiter Maçã, mesmo ele não estando mais aqui, gosto do que ele fez. Também curtia muito o Ira, quando eu morava em Fortaleza. Legião Urbana…Hoje tem muita gente boa também. Gosto muito do Giovani Cidreira, muito interessante.

FCEF – Seus planos futuros.

RD – Pretendo continuar tocando, gravando, produzindo e poder ter o privilégio de viver da música.

Régis e Filipe
Régis Damasceno e Filipe durante ensaio para o projeto “Lua Rosa – Nick Drake” – Foto retirada do Instagram de Régis.

Nesta quarta feira, dia 14/11/18 – o projeto Lua Rosa – Nick Drake, produzido por Régis Damasceno em parceria com o jornalista e produtor Eduardo Lemos traz Ceumar e Gui Amabis interpretando as canções do artista inglês e no dia 15/11 quem participa é Filipe Catto e Stela Campos. Cada um dos artistas deve cantar 5 músicas e também terá versões instrumentais com a banda escalada para o evento. Régis Damasceno também tocará.

Aqui um pouco do que será apresentado no dia 15/11:

 

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