2 anos do Circuito Sesc de Artes

Circuito Sesc 1

(Texto de Klaudia Alvarez)

Nesse mês de abril se completa 2 anos do projeto Circuito Sesc das Artes em que Filipe Catto e Banda se apresentaram com o show “Filipe canta Cássia”. Penso que é um bom momento para recordar o incrível mês que passei acompanhando os 9 shows que foram apresentados em 9 cidades do interior paulista.

Nessa época eu ainda não morava em São Paulo, o que só viria a acontecer no mês seguinte, em maio. Quando saiu a programação, eu decidi que iria a todos os shows do projeto e comecei a me planejar para isso. Morando no interior do Rio e sem ter carro, só tinha um jeito: ir de ônibus mesmo e comecei minhas pesquisas, via google, sobre onde seriam realizados os shows e quais os hotéis mais próximos desses locais. Do dia 1 de abril até o dia 24 eu devo ter rodado mais kms de estrada que em toda a minha vida… Me recordo bem de um dos shows em que viajei 18 horas para chegar ao local. Morando na serra do Rio de Janeiro, eu precisava ir até a capital e de lá pegar um ônibus para o município onde o show iria acontecer. Em uma das ocasiões, não tinha ônibus que me deixasse na cidade, e tive que fazer baldeação e na última cidade contratar um taxi que me levasse até o local definitivo. Foi nesse dia que eu contei 18 horas do momento em que saí de casa até chegar à praça onde o show se realizaria à noite.

Imagino que algumas pessoas devem estar pensando: Que louca! Não tem o que fazer ? Bem, minha resposta é simples: Trata-se de prioridade. Cultura é prioridade na minha vida. Filipe Catto é prioridade. Em nenhum momento me arrependo das horas que passei aguardando nas rodoviárias, das horas de viagem. Tudo foi muito bem recompensado pelos shows incríveis que testemunhei, pelas experiências que vivi e pelas amizades que fiz.

O Circuito Sesc de Artes envolve vários profissionais de diferentes áreas que são agrupados em roteiros por determinadas cidades. Um ônibus do Sesc passa em locais combinados e leva os artistas para seus destinos. Como os espetáculos acontecem de sexta feira até domingo, os artistas eram pegos na quinta feira e voltavam para suas casas no domingo à noite. E foi isso que fiz também, só que por minha própria conta e elaborando eu mesma o roteiro de como chegar em cada local.

Circuito Sesc 2

Nessa edição de 2016, o roteiro do qual Filipe participou, esteve em Fernandópolis, Santa Fé do Sul, Mirassol, Tupã, Oswaldo Cruz, Adamantina, Santa Bárbara D’Oeste, Valinhos e Mogi Guaçu. Hoje eu posso dizer, tranquilamente, que conheço mais cidades do estado de São Paulo do que do estado onde nasci. Adorei ver de perto essas cidades tão interessantes e com seu modo de vida tão peculiar. Me lembro de uma delas, creio que Adamantina, que praticamente fazia fronteira com o Mato Grosso do Sul e foi um dos locais que mais demorei a chegar.

Essa maratona teve várias compensações. Uma delas foi conhecer pessoas incríveis como os integrantes da Cia. Caixote de Teatro que se apresentava antes dos shows de Filipe. Até hoje, quando encontro com um deles em algum show de Filipe (sim, eles também viraram fãs, lógico!) é sempre aquela festa. Todos queridos e talentosos. Conheci também a linda Ivy de Lima, da Companhia Alcina da Palavra, que faz leituras para as crianças. Ivy está participando novamente do Circuito de Artes que começou agora, no ano de 2018 e fiquei feliz quando soube disso. Outra boa surpresa foi quando descobri, em uma das cidades, que eu estava hospedada no mesmo hotel que Filipe. De manhã, quando saía do quarto para tomar o café da manhã, passei pela piscina do hotel e quem estava lá, lindo e maravilhoso, tomando sol e lendo um livro no seu tablet, ou seria kindle? O próprio. E foi ele quem me chamou, porque eu não o tinha visto! Uma outra alegria foi quando a equipe do Sesc me convidou para gravar uma chamada para o show de Mirassol. Momentos que compensam horas de estrada!

A minha rotina era sempre a mesma ao chegar em uma das 9 cidades que conheci. Fazer o check in no hotel, sair para conhecer os arredores e, claro, ver o local do show, que na maioria das vezes era na praça principal da cidade. Tentava ver também o melhor meio de voltar ao hotel à noite, depois do show, já que eu estava sozinha. A sorte é que as cidades do interior paulista ainda são bem pacatas e em muitas vezes voltei tranquilamente caminhando pelas ruas de volta ao hotel. Algumas vezes nem precisei caminhar tanto, porque meu hotel ficava de frente para a praça onde aconteceria o show.

Para esse projeto, o Sesc confeccionou uns banners gigantes com a foto de Filipe, tirada das sessões do Tomada (by Gal Oppido) que eram colocados nas cidades para chamar o público para o evento. Desde o primeiro momento que eu vi um deles, já fiquei com muita vontade de ter um. Eles eram tão grandes que ocupavam uma rua inteira, de um lado a outro. Em alguns locais eram colocados em árvores altas, mas em algumas cidades eram em locais mais acessíveis. Como o egoísmo é um defeito que felizmente eu não possuo, quis um para mim, mas pensei logo em pegar mais que um, já visando passar para outros fãs. O primeiro banner que consegui foi com a ajuda inestimável de Marcelinho (o iluminador de Filipe) e do roadie Júnior, que subiram em uma escada para retirar o banner lá de cima da árvore quando o show terminou. Foi o primeiro. Em outra cidade, a que eu estava hospedada no hotel em frente ao local do show, fiquei de olho no segundo banner. Olhem a loucura: no dia seguinte ao show, quando provavelmente o banner seria retirado e usado para reciclagem, acordei bem cedo, fui à recepção do hotel e pedi uma escada. Consegui também um alicate para cortar os arames que prendiam o banner às arvores. E lá fui eu, carregando a escada e subi, sozinha, me equilibrando e consegui retirar o banner. Imaginem a cena! rs rs rs E desse jeito eu consegui 4 banners! Como são imensos, eu cortei a parte que tem o rosto de Filipe e tenho um deles aqui em casa, na minha parede. Os outros foram passados para outras fãs!

Dessa maratona, um dos momentos mais emocionantes foi conhecer o Professor Alboreto, de Santa Fé do Sul, e conhecer o projeto dele com as músicas do Filipe sendo tocadas para seus alunos do ensino fundamental. Foi com muita alegria também que consegui, posteriormente, que ele conversasse com Filipe e apresentasse o projeto. Em um outro momento, enquanto a Zélia Ducan fazia o show dela, o Professor gravou uma conversa com Filipe para mostrar aos seus alunos e foi daqueles momentos para guardar para sempre.

Circuito Sesc 3
Foto: Klaudia Alvarez

Outra coisa muito interessante de testemunhar foi que nessa maratona de shows, Filipe começou a mudar seu figurino e passou a mostrar mais seu corpo. Me recordo que ele estava um pouco inseguro quanto a isso,  e eu só o incentivando a relaxar e ficar tranquilo. Foi a primeira vez que pudemos ver mais do corpo dele, antes sempre escondido por paletós e figurinos bem comportados! Hoje percebemos como ele está bem e à vontade com isso, cada vez mais solto no palco e usando seu lindo corpo como uma forma de expressão dentro de sua arte. E tudo começou com as regatas cavadas daqueles dias!

Dois anos depois, me deu vontade de passar para vocês detalhes tão pessoais daquele mês tão especial que foi abril de 2016 com o Circuito Sesc de Artes. Jamais esquecerei cada momento que vivi. Até mesmo os não tão felizes como quando percebi algumas pessoas se levantando da plateia e indo embora quando Filipe começou a cantar Rubens. Mas foram pouquíssimas pessoas. A maioria gente de idade que tinha saído da missa e ido ver o que acontecia na praça de sua cidadezinha. Nada que comprometesse o público incrível que lotou as praças por onde a caravana passou. Um momento lindo foi o ultimo espetáculo, quando muitos dos artistas partcipantes das outras atividades da caravana subiram ao palco junto com Filipe. Ele, como sempré,  agregando pessoas e conquistando a todos. Cada uma das cidades tem o registro dos shows e vale a pena dar uma conferida nos vídeos. Espero que um dia Filipe seja convidado novamente a participar, porque segundo um dos organizadores do evento, o roteiro em que ele participou foi o que menos problemas deu e o que mais público atraiu. E vida longa ao SESC de São Paulo e seus projetos incríveis !

 

 

 

 

 

 

 

 

3 Comments

  1. Querida Klaudia! Que pessoa especial que você é! Esses vídeos são maravilhosos e eu não canso de revê-los! Filipe estava pleno e você captou isso esplendidamente! Os melhores momentos, pra mim, são: Eu queria ser Cássia Eller(a surpresa daquelas costas sensuais com a camiseta regata) e Eu sou neguinha em Valinhos(que entrega!) Muito obrigada por dividir conosco as suas experiências nessa aventura! Nós temos a dádiva de termos Filipe e Filipe de ter a você! Beijos!

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