
“Eu me exponho através da arte porque eu acredito que o palco é pra isso mesmo, sabe? Se eu não me exponho cem por cento no meu palco, eu não tenho motivo de estar ali. Não existe espaço pra dissimular, sou eu me jogando na arena dos leões… e eu preciso fazer aquele momento valer a pena. Mas a questão de ser biográfico não funciona bem assim. Nada ali é preto no branco, eu não vivi aquilo literalmente… mas é do meu imaginário sim, dos meus fetiches e que são até bem comuns. Eu gosto de falar sobre isso, dessa coisa inconfessável, feia e até cafona, porque eu acredito que essa seja a verdade comum a todos nós. Aquela palavra que eu tenho medo de dizer é a palavra que tu tem medo de ouvir… E quando ela é dita, a gente reage, pro bem ou pro mal. Eu faço música à mercê dessas interpretações, não me importa se causa desconforto ou serve como bálsamo, desde que o público não se mostre indiferente.”
(Filipe Catto – 2010 – Entrevista para o Blog Varal Fult)