Esse seu olhar: Alexandre Eça

Um jornalista que, por condição, fotografa. Acho que é uma boa definição. Quando faço uma foto, exercito, essencialmente, o jornalismo. O bacana é mostrar o fato. Então a fotografia está sempre a serviço de uma história no meu trabalho. Até por isso, a estética que persigo é a do documentário nos registros musicais. Fotografar a cena é ótimo, mas gosto de entender como ela foi composta, como a música levou ao ato. Costumo fotografar desde as sessões de gravação do disco até a estreia do show. São apenas cinco anos de carreira na fotografia. E nesse período tive a chance de registrar cerca de 600 shows e estar junto às equipes de 20 discos, boa parte deles de artistas que estão em início de carreira, muitos independentes. Me alegra saber que mais de 100 fotos minhas já foram publicadas em veículos de mídia pelo mundo. Em discos também. E em uma infinidade de peças de divulgação. Profissionalmente, fico feliz.

Algumas dessas fotos foram do Filipe Catto.

Filipe, que vi pela primeira vez em 2008, levado por um colega de profissão, jornalista em Porto Alegre, em um show pequeno, voz e violão. Desde então tento acompanhar a carreira dele de perto. Estive em todas as estreias. De Saga, em 2009, à Tomada, 2016. Algumas vezes a trabalho, outras por curiosidade profissional e por sempre querer estar perto de gente talentosa. E fotografei, escrevi. Cantor quente, além de ser o melhor intérprete da geração dele, dono de uma intuição artística acima da média e uma potente voz masculina no país das cantoras, ainda é muito bom de palco. Para quem, como eu, gosta de fotografar gente, ter a chance de ver o Filipe em cena é sempre o máximo.

Alexandre Eça
Journalist / Photographer

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