O mundo que queremos: brechó solidário

Nanci (na foto acima com o Neves) é uma jovem economista que trabalha em um banco, na cidade  de São Paulo. Preocupada com o desperdício que o consumo exagerado gera, questionava-se que ações poderia promover para não compactuar com isso. Como incentivar as pessoas a refletirem sobre o assunto? Resolveu montar um brechó e divulgou a ideia entre os amigos.Recebeu muito apoio, principalmente de  sua amiga Amanda, também do banco. Conseguiu organizar roupas, sapatos e acessórios que estavam sem uso. Faria um valor mais baixo pelas peças para que as pessoas com menor poder aquisitivo pudessem se beneficiar, mas a logística do negócio era mais complexa do que ela imaginava, mas, mesmo assim, a ideia não podia morrer.

As doações vieram em maior número quando Nanci divulgou, entre amigos e conhecidos, que as peças seriam doadas e não mais vendidas.Dois parceiros foram muito importantes nessa fase de arrecadação: Fernanda e Leandro.

Essa nova ideia surgiu em conversa com sua mãe, D. Elci. Elas chegaram à conclusão que o dinheiro arrecadado com as vendas no brechó não faria tanta diferença. Já as doações, atingiriam um número maior de pessoas, principalmente os moradores de rua, já tão desassistidos. Como ela mora no centro de São Paulo, tem contato com essa população, uma realidade que sempre a incomodou.Há pessoas com tantas coisas sem uso em casa, enquanto outros necessitam tanto. Em virtude desse pensamento, a ideia do brechó já não fazia mais sentido. Doar as peças era o ideal, mas como trazer mais humanidade para esse processo? O segredo estava em como oferecer. Resolveram, então, criar um tipo de bazar em uma das áreas do centro da cidade para distribuir, a quem quisesse, o que tinha sido arrecadado. A ideia era parecer uma loja, trazendo mais humanidade ao processo de doação: cada pessoa seria atendida, com carinho e atenção e poderia, de fato, escolher o que mais necessitasse ou gostasse. Isso também evita desperdício. Um exemplo: de que adianta doar um sapato de número 37 para alguém que use 39? Ele não será usado.

As pessoas envolvidas no projeto confeccionaram alguns cartazes que incentivavam o amor e a generosidade.  Nanci,  o marido, Teo e o amigo Cesinha espalharam as doações na calçada e esperaram pelos interessados.Ela contou ainda com a ajuda de várias pessoas  na logística: Dezinho, Caio, Jack, Tamara e Gus. Muitos amigos não chegaram a tempo, mas já se comprometeram a ajudar nos próximos eventos. Papel de presente estava disponível para quem queria fazer uma surpresa com a doação. Nanci também ajudava a escrever um cartão com uma mensagem de carinho para quem quisesse. A ação não foi direcionada apenas aos moradores de rua, apesar de que eram os maiores interessados. O projeto foi recebido com entusiasmo, não apenas por quem se beneficiou dele, mas também por quem passava na rua ou trabalha perto. Algumas pessoas que tinham acabado de conseguir emprego, ou outros que procuravam por um, acabaram se beneficiando com roupas e calçados, que de outra forma não teriam recursos para adquirir.

Nanci espera que o projeto caminhe e cresça.Ela falou ainda sobre outro assunto que a preocupa: as mulheres TRANS que circulam pelo centro de São Paulo. Tão desamparadas e vistas com tanto preconceito e vítimas de violência.

Ah, sabe onde Nanci fez seu bazar? Perto da Praça da República, bem ao lado do Neves, aquele do Café Solidário. Já fizemos uma matéria com ele aqui. Aliás, Nanci disse que ele é um grande parceiro. Não dizem que gentileza gera gentileza? Acho que é verdade!  Se você gostou do projeto de Nanci, visite-a no Facebook:Nanci Modesto Leisnoch.

O centro de São Paulo continua nos surpreendendo. Ações como essa fazem parte do MUNDO QUE QUEREMOS.

Texto de Christina Elói

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4 Comments

  1. É gratificante acordar com uma notícia dessas.Essas pessoas realmente fazem a diferença
    Parabéns Nanci . Tomara que seu exemplo seja seguido por outros. Principalmente o seu olhar generoso.

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  2. Excelente iniciativa. Uma ação que abraça uma causa, abraça as pessoas e conforta material e humanamente todos os envolvidos: doadores e beneficiários da doação caminham juntos para um mundo melhor.
    Parabéns! Vou seriamente me preparar para imitar o gesto. Este exemplo precisa ser replicado.

    Liked by 1 person

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