Fragmentos

” Algumas músicas aparecem na vida da gente como uma sorte, uma iluminação.

 Não é uma coisa que credito a mim. Eu nem me considero compositor. É verdade. Não sou. Eu sou um intérprete. Das minhas músicas, inclusive. É como eu me apresento pro mundo. Composição é uma coisa muito pessoal. Você não tem domínio, não tem regularidade. Existem alguns compositores que tem isso. São compositores profissionais. Eu não sou um profissional. Sou uma pessoa que faz música quando está a fim. Quando tenho a sorte de fazer. E ” Adoração” aconteceu assim. ” Saga” também. Várias músicas que eu tive a sorte de “receber”, de ser o canal de comunicação, são muito especiais para mim, porque as músicas estão aí. A gente tem que meio que pescá-las. A composição é uma coisa do inconsciente coletivo. É como se a gente entrasse em uma nuvem. Uma nuvem que tem aquelas palavras ” google” e pescar algumas coisas dali. “Adoração”, eu estava gravando o ” Fôlego”. Não ia entrar a música no disco. Eu insisti para colocar, entrou e acabou virando o que virou, e , logo nos primeiros shows, a gente via as pessoas cantando. É uma música alegre. Até então eu cantava música “dor-de-cotovelo”, e é muito difícil você ficar cantando só isso. “Adoração” me leva pra cima. Eu sempre tento sair do que as pessoas esperam de mim. As músicas acabam tomando vida própria e surpreendendo a gente. É isso! ” (Filipe Catto)