Maria Beatriz Nascimento nasceu em 12/7/1942, em Sergipe. Junto com os pais e mais nove irmãos migrou para o Rio de Janeiro, onde construiria sua trajetória. Se formou em História pela UFRJ e logo começou a lecionar na escola estadual Roma, colégio tradicional do bairro de Copacabana.
Com o passar do tempo, e já fazendo pós graduação, ela começa a fazer palestras, aprofunda seus estudos sobre a história dos movimentos negros no Brasil, em especial sobre os quilombos, um de seus temas preferidos. Viaja por duas vezes à África e Angola e realiza um documentário em parceria com a cineasta Raquer Gerber. “Orí” tem o roteiro e narração da própria Maria Beatriz.
Cada vez mais a luta pelos direitos da mulher e dos negros se aprofunda em sua vida e é eleita a mulher do ano de 1986 pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, ao mesmo tempo em que tem vários artigos seus publicados nas mais importantes revistas de cultura do pais. Em 1995, Maria Beatriz estava cursando mestrado em Ciências Sociais, sob a orientação do professor Muniz Sodré, quando orientou uma amiga a deixar o companheiro depois de vários episódios de violência doméstica relatados pela amiga. Infelizmente aconteceu o que já é uma estatística terrivel em nosso país. Maria Beatriz foi assassinada com cinco tiros pelo companheiro da amiga, que alegou que ela estava interferindo na vida privada do casal.
A historiadora foi homenageada em Sergipe com a criação da Comenda Cultural Maria Beatriz Nascimento que destaca as personalidades que lutam pela proteção e promoção da cultura em Sergipe. Uma ocupação no estado também recebeu seu nome. Mais uma grande ativista derrubada pelo patriarcado. Até quando ?
FILIPE CATTOㅤㅤㅤㅤㅤㅤ[EM FOCO] 