Papo Afinado: Juliano Holanda

Juliano Holanda e Filipe na Casa Natura Musical – Foto de Alexandre Calladinni

Ele é, junto com Igor de Carvalho, o autor de Eu não quero mais, a canção do álbum Catto mais esperada pelos fãs nos shows e aquela que todos cantam junto, afinal quem não tem ou teve alguém em mente para desejar que o refrão se consuma? Rs rs 

Juliano Holanda é um dos mais importantes e talentosos compositores dessa nova geração de músicos pernambucanos e alguém em quem vale a pena se prestar atenção. Agradecemos a gentileza de Juliano em conversar com a gente.

FCEF – Em que momento de sua vida você se descobriu um compositor ?

JH – Sempre me encantou a criação. Comecei desenhando. Achava que seria publicitário. Comecei a tocar violão com uns 11 anos. Ia aprendendo uma música e acabava compondo outra. Acho que com uns 16 já fazia uns “hits” na família. Sempre quis viver de composição. Ainda é meu grande prazer na vida musical. Gosto de tocar com outras pessoas e cantar, mas a composição é a minha forma de interagir com o mundo.

FCEF – Quais  são /foram as suas principais influências musicais, além de seu pai?

 JH – Minhas influências mudaram muito ao longo da vida. De Nine Inch Nails a Banda de Pífanos do Bedengó. A cultura popular me ensina muito. Sou do interior: Luiz Gonzaga, Elba, Marinês, Xangai, Alceu, Geraldo Azevedo. Cresci ouvindo muito rádio. Radiohead, desde a adolescência. Arto Lindsay, Television, etc. Mas o que faz minha cabeça, já há um tempo, é essa geração que têm surgido em Pernambuco nos últimos anos: Almério, Flaira Ferro, Isadora Melo, PC Silva, Martins, Igor de Carvalho, Marcello Rangel, Alexandre Revoredo, Jr. Black, Gabi da Pele Preta, Vinícius Barros, tenho a sorte de ser amigo dos meu ídolos.

FCEF – Orquestra Contemporânea de Olinda. Como foi participar?

 JH – Ainda faço parte. É um projeto do coração. Já tem 10 anos. Tocamos muito, viajamos todo o Brasil e gravamos 3 discos. Tenho muito orgulho de contribuir.

 FCEF – Você já tem dois trabalhos solos lançados. Um em 2013 e outro em 2017. Fale um pouco sobre cada um deles.

JH – O “A arte de ser invisível” é um cd com pessoas cantando canções minhas. Produzi e toquei boa parte dos instrumentos. Só cantei uma música. Tem coisas muito legais nele. Das 10 faixas, 5 entraram em séries televisivas. Pra um compositor, que deseja divulgar sua obra, acho um saldo bem positivo. O segundo se chama “Pra saber ser nuvem de cimento quando o céu for de concreto”, e é um disco de baixo+guitarra+bateria. Canto em todas as faixas. E também tenho um compacto em vinil, com duas faixas. Se chama “Espaço-tempo”.

FCEF – O convite pra fazer a trilha sonora da série Amorteamo de 2015. Como aconteceu?

 Conheci João Falcão em Recife. Ele levou meu cd a Flávia Lacerda, que ia produzir a série. Compus toda a trilha sonora. Tive total liberdade. Um trabalho que gostei muito de fazer.

FCEF – Recife sempre possuiu uma cena musical forte. Quais artistas você destacaria hoje?

JH –  Já falei de alguns, mas reitero e acrescento: Igor de Carvalho, Martins, PC Silva, Marcello Rangel, Flaira, Agda Moura, Gabi da Pele Preta, Helton Moura, Vertin Moura, Zé Manoel, Joana Terra, Vinícius Barros, Barro, Almério, Jr. Black, Rogéria Dera, Aninha Martins, Romero Ferro, Tonfil, Alexandre Revoredo, Lucas Torres, Sam Silva, Walfrido Santiago, Tiné, Mayra Clara, Isadora Melo, Isabela Moraes, tanta gente.

FCEF – São mais de 100 composições já feitas e parcerias com outros compositores. Com quem você ainda não compôs e gostaria de ter uma parceria?

JH – Com Geraldo Azevedo. Também nunca compus com Filipe, mas, já estamos tramando algumas… (Nota de FCEF: Ôba!…rs rs)

FCEF – Atualmente você tem acompanhado Almério pelo Brasil e em shows na Europa, mas tem algum outro projeto paralelo no momento?

JH –  Tenho meus shows solo. Lanço um cd novo ano que vem. A Orquestra Contemporânea que também está planejando cd novo. Além disso, toco no Ave Sangria e num trio instrumental chamado Wassab. Integro as bandas de Jr. Black e Flaira Ferro. Faço trilhas pra cinema, teatro e trabalho como produtor de discos.

FCEF – Eu não quero mais. Parceria sua e Igor de Carvalho. Uma das canções prediletas dos fãs de Filipe Catto. Como você reagiu ao saber que Filipe ia gravá-la?

JH –  Foi uma surpresa feliz. Já conhecia Filipe. Zé Manoel nos apresentou uns anos atrás. Ele já tinha falado em gravar uma canção minha, mas, conheceu “Eu não quero mais” através do meu parceiro Igor de Carvalho. Quando ouvimos a gravação ficamos muito impressionados com o resultado. Acho que Filipe conseguiu se apropriar da música de um jeito muito raro e muito sensível. Respeitou a canção e acrescentou um tanto de emoções e sentidos a ela.

FCEF – Seus planos futuros.

JH – Um cd novo para o ano que vem, e quem sabe, viajar um pouco pelo país levando minhas canções até as pessoas.

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