Recebemos algumas reclamações de pessoas dizendo que mesmo aumentando o tamanho, não foi possível visualizar bem os textos da nossa revista virtual. Em virtude disso, resolvemos publicar aqui apenas os textos, para que sejam lidos de forma perfeita por todos. As fotos não serão reproduzidas porque a visualização delas está excelente em jpg.
EDITORIAL
12 de junho de 2018
E lá se vão três anos do lançamento do projeto Filipe Catto em Foco. Sonhado, desejado e ousado. Uma ideia que se transformou em doce realidade. A vontade de criar um grande arquivo virtual com tudo que for relacionado à carreira de Filipe Catto. Divulgar o trabalho dele, mas principalmente criar um acervo para pesquisas. Sem esquecer de discutir e mostrar fatos importantes de nosso tempo. O que acontece no mundo, mas sempre com o foco em Filipe. Assuntos que também o interessam e que ele aprovaria a publicação. Esse o nosso desafio e acredito que estamos indo bem.
Para comemorar o terceiro ano de trabalho, estamos editando essa revista virtual. Convidamos pessoas especiais para estarem aqui, seja dando seu depoimento sobre Filipe ou escrevendo sobre ele. As fotos são uma parte importante dessa nossa edição comemorativa e agradecemos a Alexandre Calladinni pela generosidade em nos ceder fotos tão incríveis. Este ano marca o início do Nascimento de Vênus Tour e é mais do que justo que o acontecimento seja enfatizado com essas imagens que selecionamos.
Essa edição comemorativa é conjunta com o projeto “Café do Catto”, o instagram dedicado a Filipe e criado pelo nosso colaborador mais que especial, o Gustavo Henrique. “Um mais um é sempre mais que dois”, já disse o poeta. Juntos somos mais fortes.
Como sempre, agradecemos a todos que acompanham o trabalho, dão sugestões e estão sempre conosco. Nosso agradecimento mais que especial ao Filipe, ao Daguito Rodrigues e a Ricky Scaff. É maravilhoso ter vocês sempre nos apoiando.
Christina Eloi
Erick Figueredo
Gustavo Henrique
Klaudia Alvarez
Mariana Porto
UM MILHÃO DE NOVAS PALAVRAS
EM CARNE E OSSO
Acho que todo fã, em algum momento da vida, pensa em conhecer o seu ídolo em “carne e osso”. Junto com esse desejo é também possível que sofra com aquele frio na barriga, imaginando que o ídolo possa não corresponder à ideia que dele se faz ou, ainda, que não haja a chance de falar com ele, aperta-lhe a mão… Há, certamente, aqueles fãs que ao se encontrarem com o ídolo veem até o que ele não tem ou deliram com um pingo de suor que, porventura lhe escorra do rosto.
Essa relação fã/ídolo é mesmo um pulsar de veia, um coração que bate sem compasso, mãos geladas, pernas bambas, gritos descontrolados, enfim, uma histeria. Tudo é paixão, não se explica! É imaginariamente uma química, uma relação corpórea sem qualquer toque.
Contudo, por mais que isso possa ser visto como um grande prazer para qualquer fã, pois o encontro com o ídolo é a maior das realizações, tudo isso pode também ser bastante aprisionador. Fã/ídolo, à distância, mantêm uma relação simbiótica que dificilmente pode se sustentar de forma pacífica num contato eventualmente duradouro. Invasão da privacidade, ciúmes, domínio de um sobre o outro, seriam algumas das situações que um contato muito próximo entre fã e ídolo poderia gerar.
Diante dessa possibilidade, melhor o fã aqui e o ídolo ali: perto dos olhos e a um certo alcance das mãos com margem para se esquivar em caso de descontrole.
Embora tudo isso possa ser uma realidade em muitos casos, a relação entre o fã e seu ídolo não segue uma regra e por isso mesmo pode ser recriada, reinventada. Não precisa se configurar como uma relação aprisionadora, de submissão e domínio de um sobre o outro. Essa relação pode ser graciosa, leve, respeitosa, emancipadora e afirmativa de uma identidade. Talvez, dependa muito mais de como o “ídolo” se conduz, do que ele comunica no seu ofício artístico e de como comunica o que lhe é próprio. O fã, este, ao que parece, se rege pelo reflexo, afinal, só assume o lugar de fã aquele que encontra no outro (no ídolo, portanto) a visão de mundo que é a sua. Pelo menos, a visão do seu mundo interior, do que no seu subjetivo fala mais alto. O ídolo vocaliza os desejos que são seus próprios e, dos outros, sem saber quem são esses “outros”.
Ao que parece a responsabilidade maior na construção dessa relação fã/ídolo cabe, evidentemente, muito mais a este do que àquele. Creio que não pode ser o contrário, posto que o ídolo é o que se mostra, o que aparece, ele vem a público para se expressar; o fã, por seu turno, é como que “capturado” ao acaso. E uma vez que isso acontece, um elo se forma e se firma.
Penso que alguns ídolos têm consciência do seu poder de “capturar” os fãs; outros têm o interesse em fazê-lo e deliberadamente agem nesse sentido. São, portanto, tipos distintos de ídolos. O primeiro exprime o seu mundo por saber que ele pode ser a projeção do mundo de várias pessoas; o segundo cria um mundo para ser essa projeção. A linha entre ambos não é tênue. Ao contrário, ela é robusta e delicadamente construída. O ídolo consciente exerce a sua identidade, se vê por dentro e se mostra, prezando pela sua autenticidade e vai estabelecendo com seus fãs uma trilha de afetos por onde ambos passeiam cada um ao seu modo, cada um ao seu tempo. Este é o ídolo de carne e osso.
Catto, Filipe, Filipe Catto trilha um caminho artístico de encantamentos e sentimentos genuínos. Quem curte as suas músicas, vai aos seus shows, ouve as suas entrevistas trilha o caminho da emancipação, da leveza, da graça, do respeito e tem um espaço criado/apoiado por ele para se expressar, para realizar a “delícia de ser o que se é”.
Maria Betânia Silva
Não há nada como o tempo
E quando olharem para trás, ficará aquele que não se encaixa em estereótipos ou modismos. Um artista completo. Com fases e projetos coesos. Discursos e estéticas. Alguém que vai além em tudo que faz, com coragem e ousadia, que surpreende e foge do que é fácil. Alguém que sabe extrapolar todo o poder de uma voz abençoada, com criatividade e talento.
Alguém que surgiu como um menino tímido, que entoava boleros pelos palcos. Que fugiu do caminho vazio de entregar o que se pede e mergulhou no minimalismo, estampado em branco. Clean, embebido pelo melhor da MPB. Que renasceu nas profundezas dos sonhos místicos, como um roqueiro inclassificável. Já sem vergonha de se expor ou de soltar a potência de uma vida inteira.
Vejo o futuro. Vejo aqueles que acompanharam passo a passo falando com orgulho que estavam lá. Que viram. Que presenciaram. Que estiveram o tempo todo lado a lado. Que não esperaram a chancela de quem impõe o que deve ser valorizado. Vejo pessoas mudadas, transformadas, elevadas. Abençoadas pela mais pura beleza. Vejo o amor.
Ainda há muita história para contar. Estes três anos são apenas o começo de uma linda trajetória. Uma linda relação entre o grande artista e aqueles que são profundamente tocados pela mais bela arte. Quando se é verdadeiro, nada é impossível.
Que venha o tempo. Que ele traga o futuro que a gente sabe que virá.
Daguito Rodrigues
CATTO
Tu surgiste como um raio
Em meu planeta de embates
Povoou de Amor minha Lua deserta
Com tua Canção de engate
De tamanha delícia, força e delicadeza
Faz parar a dor e a solidão
E deveras exilaste a tristeza
Em tal momento percebo
Que meu corpo inteiro sorri
Imensa façanha somente alcançada
Por ti, só por ti
Nesse instante insano
Onde o Amor é julgado incomum
Liberdade vira hino
E cada um nota um
Um arco de luz se formou
Em tua coroa banhando tua face
Uma torrente de Amor
Anunciando a catarse
Tua arte me faz viajar
Pra Lua, pro Sol ou pro Mar
Viagem sempre diferente
Nunca é sempre pro mesmo lugar
Eu não quero mais
Ter-te de mim distante
Das minhas certezas abismais
Amar-te é a mais relevante.
Angel Angélica Officinalis
É tudo como se fosse a primeira vez… A ansiedade, o friozinho na barriga, as mãos geladas, o arrepio, não só na espinha, mas no corpo inteiro… Quando Filipe está no palco cantando, interpretando cada canção de um jeito único, singular em cada show, a emoção toma conta de mim, uma onda de sentimentos me invade, meu coração bate descompassado, minha alma se inunda de uma alegria sem fim, uma felicidade que me deixa em êxtase por um bom tempo. O Nascimento de Vênus Tour é um espetáculo impecável, cheio de tesão, cheio de amor, de uma sensibilidade e magnitude ímpar… Que show incrível!
Filipe está cada vez melhor no que faz, cada vez mais lindo, evoluindo brilhantemente, magnificamente. E eu estou ficando ainda mais encantada com ele e com o trabalho dele que é cada vez mais admirável e inspirador.
Nesses quatro anos e cinco meses que acompanho a carreira de Filipe de perto, pude perceber o quanto ele faz bem para as pessoas que estão à sua volta, o quanto a sua arte inspira pessoas e transforma vidas… Não sou só uma fã do trabalho, da arte de Filipe, sou uma grande admiradora desse Ser de Luz, que enche a minha vida, e a de muita gente, de amor, de beleza, de tesão e de felicidade com a sua arte e com o afeto que ele transmite em cada abraço, cada palavra de carinho e gratidão que ele dá aos seus fãs…
Fazer parte da equipe da Zine é um presente, uma alegria porque sei o quanto é importante para Filipe, para a carreira dele, para nós, fãs e admiradores desse grande artista da música brasileira. Gratidão.
Francielle Flores
A revista eletrônica Filipe Catto em Foco, ou Zine, como carinhosamente a chamamos, foi criada, tendo como objetivo principal, a divulgação da carreira do Filipe Catto.
Há três anos a equipe da Zine vem trabalhando para que esse projeto se consolide. O formato ficou tão bacana que ele se estendeu e novas ideias surgiram no decorrer desse tempo e novas colunas continuam aparecendo.
Hoje, divulgamos não só a carreira de Filipe, mas também cultura, arte, literatura, projetos.
Claro que o foco principal continua Filipe Catto: os shows, as participações em eventos e programas, as entrevistas, os projetos.
O que nos enche de alegria e prazer é poder também trazer aos fãs um pouco do que compõe aquilo em que acreditamos e no que apostamos, sempre alinhados ao universo do Filipe.
O grande ganho que gestores, colaboradores e fãs têm com esse projeto consolidado foi que ele se tornou também um encontro de amigos virtuais ou presenciais que amam acompanhar a carreira de Filipe, descobriram afinidades e se tornaram companheiros em outras jornadas.
Por isso, nessa comemoração por mais um aniversário, só temos que agradecer muito a todos aqueles que acompanham, ajudam, criticam, participam, vibram e caminham junto conosco.
Gratidão!
Christina Eloi
FILIPE POR SEUS PARES: ZÉLIA DUNCAN
“Filipe é um artista incrível! Do Sul, de Porto Alegre, né? É um grande amigo hoje. Uma pessoa que amo profundamente. Uma pessoa com um coração imenso e aquela voz! E muita coragem pra se colocar. Ele, no palco, é uma experiência linda também. Eu cantei com ele outro dia, tive esse prazer! E fizemos uma música. Fomos cantar em um Sesc, em uma cidade lá na ponta…(Ilha Solteira) e foi muito interessante. Na volta, eu falei que ia voltar com a minha equipe e ele ia voltar no dia seguinte, em outro esquema diferente, aí perguntei se ele não queria vir comigo,de ônibus. Ele disse que sim e fomos no segundo andar do ônibus, olhando a estrada e falando pelos cotovelos (risos). Naquele dia ele me mostrou essa música (Só por ti) e me deu pra botar a letra. E aí, somos irmãos pra sempre! O Filipe é uma dessas pessoas que eu cito quando me perguntam quem eu gosto de ouvir. Filipe está nessa lista. Um cantor que eu acho que vai levar isso adiante, de um jeito corajoso e bonito. Ele está só começando uma carreira que ainda vai dar imensas alegrias pra gente!”
Zélia Duncan
ESSE SEU OLHAR: ALEXANDRE CALLADINNI
Me chamo Alexandre Calladinni, sou publicitário, escritor e fotógrafo. Já fui comissário de voo internacional e produtor de televisão.
A minha paixão pela fotografia sempre existiu desde que ganhei minha máquina Kodak Kross quando eu tinha 7 anos de idade. Na época de filme analógico usei um filme todo fotografando minha cachorrinha. Minha mãe quase infartou com o gasto disso.
Gostava de registrar os momentos com o meu olhar e isso se estendeu a tudo o que eu fazia. Tenho fotos de quase todos os shows que fui na vida e quase todas as viagens como comissário, ainda em uma época analógica de filmes.
Com o surgimento das máquinas digitais, a vida do fotógrafo ficou um pouco mais fácil pois não tínhamos mais o custo dos filmes, revelações e aí tudo era motivo para uma foto. Hoje, quando vou a um show, peço permissão para captar a luz de cada artista e me sinto muito lisonjeado quando consigo captar aquele momento ímpar de cada um. Sou apenas um mensageiro da luz captada de cada um.
CANÇÃO DE ENGATE
Eu arrisco dizer que fora de Portugal pouquíssimas pessoas sabiam quem foi António Variações. Graças a sensibilidade e sacada genial de Filipe Catto, hoje a obra de Variações se torna conhecida e um ícone tão a frente do tempo em que viveu se faz presente em uma época que combina mais com suas atitudes e posicionamento. A versão de “Canção de Engate” que Filipe gravou me pegou logo na primeira audição. É impossível não se emocionar com o refrão pois, com toda certeza, “o amor não é o tempo, nem é o tempo que o faz, o amor é o momento em que me dou, em que te dás”.
Já o clipe que Filipe gravou em Lisboa talvez tenha sido um dos segredos mais bem guardados da carreira dele. Acredito que fora os envolvidos diretamente com a feitura do curta (sim, é um curta, não um simples clipe musical!) e as pessoas próximas a Filipe, ninguém sabia do que se tratava. Um trabalho impecável, recheado de influências e referências pessoais que já foram comentadas por Filipe, o vídeo faz com que eu tenha a certeza que além do melhor cantor, ele é também um excelente ator. Sem nunca ter feito teatro, Filipe dá um banho de interpretação e sua atuação é surpreendente. Aquele olhar de sedução na banheira deixa qualquer ator de Hollywood no chinelo. Muito já foi falado sobre o vídeo, mas eu queria destacar também o trabalho maravilhoso de edição feito por Rodolfo Goulart, outro jovem talento que vem trabalhando com Filipe e provando sua competência. Creio que não há muito mais a se falar a não ser parabenizar todos os envolvidos, mais uma vez. O que temos de fazer é assistir muitas vezes mais, compartilhar, espalhar entre amigos e nos deliciarmos com a estética incrível que Filipe tão bem soube explorar e registrar nessa obra prima. Sim! É uma obra prima e tenho dito.
Klaudia Alvarez