Texto de Christina Eloi
Se Kurt Cobain estivesse vivo completaria, no dia 20 de fevereiro, 50 anos. Ele morreu aos 27 anos com a mesma idade em que morreram outros ídolos pop como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e mais recentemente, Amy Winehouse. Coincidência ou não, há uma teoria da conspiração chamada Clube dos 27 que fala sobre isso. Segue link a quem se interessar.
Eu já tinha assistido a algumas apresentações do Nirvana, banda de Cobain, em programas de tv. Mas fiquei muito tocada com Cássia Eller cantando Smells like teen spirit, no Rock in Rio em 2000.
Essa canção, na época de seu lançamento, foi considerada como representativa do ser jovem. Suas palavras eram um hino da revolta adolescente. Ela foi o grande sucesso do segundo álbum da banda e alcançou rapidamente os primeiros lugares não só nas rádios do norte americanas, mas também ao redor do mundo, trazendo o rock alternativo para um lugar de destaque na música. Segundo Kurt, a canção foi feita de ideias contraditórias.
Cobain tinha uma história pessoal terrível, pais separados que empurravam o filho de uma casa para outra. Isso pode ter sido a causa desse jovem agressivo e cheio de conflitos. Kurt, através de suas músicas e de seu jeito de ser, gritava sua revolta com a vida e a acomodação e o imobilismo de sua geração. Ele ficava horrorizado com seus pares e com o estado do mundo. Seus conflitos pessoais também o desestruturavam: a droga, a violência, a fama, seu casamento com uma artista, também do rock, Courtney Love e a fragilidade dessa relação.
Isso tudo contrariava seu desejo de ter uma vida tranquila e uma família “normal” e vai desestruturando-o, o que culmina no suicídio. Há uma versão em que se acredita que a mulher de Kurt tenha arquitetado sua morte, pois herdaria uma pequena fortuna. Especulações que não foram provadas.
Kurt deixou uma carta de despedida em que fica claro a sua dificuldade e desconforto em lidar com a fama e o assédio dos fãs, assim como toda a problemática que envolvia seu relacionamento familiar.
“Nas nossas últimas três turnês, eu tive um apreço muito maior por todas as pessoas que conheci pessoalmente e pelos fãs de nossa música, mas eu ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que eu tenho por todos. Existem coisas boas dentro de todos nós. Eu acho que simplesmente amo demais as pessoas e isso me deixa muito triste. O pequeno, sensível, insatisfeito, pisciano, Jesus triste. “E por que você simplesmente não aproveita?” Eu não sei.
Não há dúvidas de que a importância de sua obra para o rock americano e mundial é muito grande. Segundo alguns críticos, Kurt Cobain foi o último grande expoente do rock a surgir nos últimos tempos.
Renato Russo, fã do Nirvana, sintetizou isso dizendo que, Kurt Cobain e sua banda Nirvana eram a junção de Beatles e Sex Pistols numa mesma banda.
É triste perceber que Kurt Cobain, como tantos outros astros, tinha um talento incrível, foi um artista que estruturou um estilo de música e apresentação, mas não conseguiu conviver com tudo aquilo que a fama e o sucesso trazem, ou seja, falta de privacidade, ser um modelo de comportamento para jovens que o admiravam e ter que se aliar à indústria fonográfica e ao capitalismo que exigiam muito de quem precisava ser livre e sem amarras para criar.
Fontes: Biografia Kurt Cobain
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