Memória: Cauby Peixoto

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Foto de Marco Aurélio Olímpio – Gentilmente cedida à FCEF pelo produtor Thiago Marques Luiz, a quem agradecemos .

 

CAUBY PEIXOTO, A VOZ
(Christina Eloi)

“EU SOU O PRECURSOR DO METROSSEXUALISMO BRASILEIRO. ”

“PREFIRO CANTAR DO QUE AMAR. CASEI COM A CARREIRA, SOU AUTOSSUFICIENTE E ME BASTO. ”

“SE TIVESSE PERDIDO A VOZ, TERIA ME SUICIDADO. ”

Ao escrever sobre Cauby Peixoto, fui buscar nas minhas memórias de criança e adolescente, quais eram as referências que eu tinha desse artista.
Lembro-me dele em programas de auditório com sua voz afinadíssima e suas roupas extravagantes. Cantava em vários idiomas e com pronúncia impecável. Seu figurino foi se transformando e se tornando mais exótico com blazers coloridos, brilhantes e maquiagem carregada.

Minha mãe conta que ele fez muito sucesso em programas de rádio entre as décadas de 1940 e 1960. As fãs ficavam a sua espera na porta da rádio e, muitas vezes, rasgavam sua roupa tal era a paixão. Incrível pensar que esse tipo de manifestação persiste até hoje com diversos artistas.

Cauby nasceu em Niterói, Rio de Janeiro em família de artistas populares. Seu pai tocava violão, a mãe tocava bandolim, o tio era pianista, o primo Ciro Monteiro foi cantor e compositor famoso, os irmãos Moacir e Araquem tornaram-se instrumentistas e a irmã Andiara foi cantora. Estudou num colégio de padres onde cantava no coral da igreja.

Na era de ouro do rádio, disputou espaço entre as divas Marlene e Emilinha Borba e ajudou a consolidar a música popular brasileira cantando sambas, marchas, boleros, toadas, foxes e baiões. Seu repertório era eclético, mas seus maiores sucessos eram aqueles mais românticos. Ele chegou a ser considerado pelas revistas Time e Life como o Elvis Presley brasileiro.

No final da década de 1950, ele aparece na revista norte-americana Time como o maior ídolo da canção popular brasileira; foi convidado para uma excursão aos EUA, onde gravou, com  Ron Coby, um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês.

Cauby gravou em torno de 60 discos e mais de 20 CDs. Várias foram as parcerias com outros intérpretes, sendo Ângela Maria a mais constante. Vários também foram os sucessos em sua voz. Dentre eles, destaco:
– o fox Blue Gardenia (Bob Russel e Lester Lee, versão de Antônio Almeida e João de Barro)
– Conceição (Jair Amorim e Dunga), que se transformou no maior sucesso de seu repertório
– Maracangalha (Dorival Caymmi)
– Bastidores (Chico Buarque)
– Oficina (Tom Jobim)
– Brigas de amor (Roberto e Erasmo Carlos.

Em 15 de maio de 2016, Cauby morre aos 85 anos na capital paulista, por complicações respiratórias. Depois de quase 70 anos de vida artística é considerado um dos maiores cantores brasileiros.

É voz recorrente entre críticos e admiradores que se Cauby fosse um cantor norte americano, ele seria um mito como Frank Sinatra, pois sua qualidade vocal e seu talento se aproximavam do cantor norte americano.

Infelizmente, O Brasil não homenageia de maneira justa seus grandes intérpretes. O que não significa que seu talento não seja reverenciado por aqueles que gostam de música e de artistas que têm no repertório diverso a sua marca e Cauby era certamente um desses.

Fontes: https://seuhistory.com/hoje-na-historia/nasce-o-cantor-cauby-peixoto
https://www.letras.com.br/biografia/cauby-peixoto
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/05/1597347-morre-o-cantor-cauby-peixoto.shtml
http://www.caubypeixoto.com.br/biografia.htm

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