Filipe falando tudo!

Sou um trabalhador da cultura. Tenho CNPJ, responsabilidades, pago altos tributos e tenho muito orgulho de proporcionar trabalho para as pessoas da minha equipe. De proporcionar trabalho para produtores, técnicos de som, iluminadores, músicos… Uma equipe onde homens e mulheres convivem igualitariamente em direitos e responsabilidades. Tenho orgulho de que nosso trabalho de formiguinha movimente o trabalho do bilheteiro e do pessoal do Catering. Que movimente trabalho para a empresa de segurança terceirizada. Para os técnicos de luz e som. Para o motorista que leva nosso equipamento. Para quem monta as enormes estruturas dos palcos de eventos e festivais. E o pessoal que fabrica nosso merchandising. E o pessoal que imprime nossos ingressos. Para o pessoal que instala e aluga banheiros químicos, estruturas de segurança, lonas e todo aparato para que o circo se erga. O pessoal do estacionamento. E também a equipe dos espaços onde a arte acontece, seus curadores, pensadores, contratantes e toda uma cadeia produtiva que aflora da necessidade que o público e o artista tem de se encontrar para transcender.
Não vamos admitir que nosso trabalho que movimenta tantos valores seja tratado como se nada fosse. O Minc é uma conquista de todos, e que fomenta iniciativas culturais valiosas para nosso patrimônio humano. A gente não quer só comida.
#FicaMinc

1 Comment

  1. Bravo!!!
    Bravo Filipe,
    seu texto, com muita propriedade e sensibilidade, desnuda o circuito econômico que projeta a cultura como um bem a ser valorizado. Você traz à lume aquilo que é o pano de fundo de um evento cultural: o trabalho das pessoas que o produzem, o trabalho de todas as pessoas, diga-se de passagem. Com isso, você deixa claro que a cultura requer um olhar cuidadoso, uma ação coordenada e responsável; uma atenção especial em relação aos efeitos que ela projeta no corpo social.

    Além disso, o seu texto permite concluir que a cultura é um bem cuja existência e preservação demanda, no mínimo, o respeito ao princípio democrático do acesso universal. E este, como sabemos, é um dos pilares de um Estado cioso em devolver à sociedade tudo aquilo que ela extrai das suas entranhas e transforma em arte. Afinal, cultura tem a ver com a identidade de um povo, de uma gente e tudo que se relaciona à identidade não pode ficar reduzido a um pedaço de papel ou a um pedaço de chão sem nome próprio. Tampouco se constituir numa obra para deleite de príncipes.

    O fomento e a articulação que se exige de um governo para a preservação da cultura do seu povo não cabe num anexo. A cultura é o patrimônio material e imaterial de uma gente com toda a diversidade que essa carrega. No universo das diferenças, o governo que exalta a cultura, faz a diferença pois que fornece o amálgama para um projeto fulgurante de futuro. Se não houver a devida atenção a esse aspecto, não teremos sequer um perfil de sociedade, muito menos um corpo social capaz de dançar, cantar, pintar…de viver, enfim!

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