
Filipe Catto em Foco tem o prazer de entrevistar um dos mais emblemáticos e representativos artistas da música carioca – Pedro Luís – a quem agradecemos pela gentileza e disponibilidade em conversar conosco.
FCEF – Projeto CEP 20.000 no Centro Cultural Sérgio Porto – Humaitá, RJ – Parece que foi ontem, mas faz 20 anos em 2016. Fale-nos um pouco desse começo.
PL – O CEP é um projeto incrível do poeta Chacal e seus colaboradores, que tem como princípio revelar novos vieses das diversas manifestações artísticas. Demos a sorte de fazer o debut da Plap ( Pedro Luís e a Parede) lá.
FCEF – O primeiro CD de Pedro Luis e a Parede -Astronauta Tupy – já tinha a participação de Ney Matogrosso e mais tarde ele volta a participar de CD, show e DVD com você. Como foi essa aproximação com Ney?
PL – No Astronauta Tupy tivemos o privilégio de sermos avalizados pelo Ney, Lenine, Arícia Mess, Fernanda Abreu, Tom Capone, só pra citar alguns. Ney assistiu um de nossos primeiros shows, no Ballroom e foi ao camarim tecer elogios às canções e a sonoridade. Quando fomos gravar o Astronauta, ele estava no Ar Studios, gravando também e fez algumas visitas às nossas gravações e foi inevitável não tê-lo no álbum. Foi uma participação especial constante em nossos shows de lançamento. Depois, em seu Olhos de Farol, gravou duas canções minhas e ainda convidou a Parede para emprestar sua sonoridade a diversas faixas. Já no início dos 2000, numa nova participação em show nosso no nobre palco do saudoso Canecão, o encontro teve tão surpreendente resultado que desembocou no projeto conjunto batizado Vagabundo, com o qual rodamos por quase dois anos. Dividir um projeto com uma estrela da magnitude de Ney é uma experiência que posso considerar um prêmio, um super privilégio.
FCEF – Projeto Monobloco: como surgiu a ideia?
PL – Celso e Sidon, ambos da Parede, já tinham havia alguns anos, a prática de darem aula de percussão brasileira. Em 1999 a Plap vai fazer uma atividade no Sesc Vila Mariana que conjuga um work shop e show. Decidimos então adaptar as minhas canções de nosso repertório para o instrumental das escolas de samba e por fim os alunos darem uma canja conosco. A coisa deu tão certo que resolvemos implantar a experiência no Rio, de forma permanente, e contemplando toda a diversidade musical brasileira, já com a intenção de criar o Monobloco. Daí pra frente, lá se vão 15 anos, colhendo e administrando os frutos de um projeto pedagógico/artístico.
FCEF – De todos os trabalhos lançados, tem algum que é mais especial?
PL – Gosto especialmente de Astronauta Tupy, Ponto Enredo, Arrastão da Alegria e tenho um apreço especial por meus dois filhos solo, Tempo de Menino e Aposto.
FCEF – Uma de suas características principais é viajar entre todos os ritmos, sem se preocupar com rótulos. Foi isso que aproximou você de Filipe Catto, que também tem essa característica?
PL – Provavelmente. Artistas que não estão preocupados em ser classificados numa determinada prateleira de gênero me interessam. Cunhar seu próprio estilo é o tesouro mais precioso e acho que Catto e uma turma tanto da minha, quanto da sua geração está nesse lugar.
FCEF – Como foi o processo de composição de Adorador, sua parceria com Catto e que está no CD Tomada?
PL – Estamos nesse namoro via whats app, na busca de fazermos uma canção juntos. Catto me instigou com algumas pílulas de inspiração e por sorte nosso Adorador chegou no momento certo, e isso ninguém tem controle sobre. Que venham outras!
FCEF – Algum projeto futuro de dividir palco ou CD com Filipe?
PL – Vou adorar ter essa honra. Que seja breve!
