Sobre o show de BH: Em algum lugar do Universo

Em algum lugar do universo, em uma cidade qualquer, numa praça entre tantas, tanto pode acontecer. É o cotidiano de uma grande cidade com seus transeuntes, seus muitos carros passando, pessoas apressadas saindo do trabalho à procura de seu quinhão de diversão e de relaxamento, pessoas indo encontrar os amigos nos bares ou o descanso em casa, após uma semana puxada. Gente voltando da escola, moradores de rua, nossos irmãos menos felizes, sempre à procura de alguma coisa – de comer, de beber, de viver.

E um palco, instrumentos musicais, no meio da praça, num dos lugares mais representativos de Beagá – a Savassi- e Filipe Catto cantando bem ali.
Entre o público havia os que ansiavam pelo show (família Cattense presente, entre paulistas, cariocas e mineiros), havia aqueles que já conheciam ou tinham ouvido falar de Filipe e foram lá conferir, havia os que passando, resolveram ficar pra ver “qual era”, quem era esse tal Filipe Catto.

Pela primeira vez, não chorei num show deste menino.
Apenas sorri e agradeci muito a Deus e ao universo cada vez que olhava para o palco, sob o céu, bem à frente da fonte, numa praça de Beagá. Entre um sorriso bobo, um agradecimento e uns gritos de “lindooo” ou “Divoooo” (que também sou de carne e osso) observava o entorno.
Adoro ver as pessoas extasiadas, assustadas com tanta beleza, tanto talento e tanto carisma. Adorei ver que até um morador de rua parou, sentou e ficou assistindo a beleza dando show. Adorei ouvir um rapaz conversando com uma fã e dizendo que nunca tinha ouvido falar de Filipe e parou ali, enquanto o show acontecia e teve que ficar e ao final do show esperou pela sessão de autógrafos e saiu de lá com um CD autografado.
Adorei ouvir outro fã dizendo ao próprio Divo que havia perdido um ensaio e que tinha perdido feliz pra vê-lo cantar e amei ver sua reação mais carinhosa abraçando e agradecendo ao fã. Vibrei ouvindo de uma linda jovem, na fila de autógrafos, dizer que saiu de uma depressão ouvindo esta voz amada.

Coroar um dia de lutas sindicais, de manifestações na Assembléia Legislativa de Minas e pelas ruas de Belo Horizonte, um dia de ver de perto e cumprimentar pela fibra um dos incansáveis defensores de nossa Presidenta e de nossa Democracia, e ainda receber o presente de ver, ouvir e sentir reverberar a voz mais linda no meu corpo cansado e atento, não tem preço. Apenas muita gratidão!
Mais um daqueles dias em que se tem certeza de que existe uma força, muito superior a nós, regendo nosso universo.

Há três anos, quando me apaixonei por este artista, não visualizava qualquer possibilidade de vê-lo em terras mineiras. Hoje ele já é de casa em nossa capital.
Eu ainda o chamo de meu anjo preferido (embora não diga isso pra ele fora dos textos). E creio que cada um que saiu dali, daquela praça banhado na luz linda que esse menino-anjo-gato-artista-antenado-e-talento-puro espalhou na noite de ontem. E que cada um terá uma alcunha ou um adjetivo carinhoso pra essa pessoa e sua trupe que praticam a arte do Belo e do Bem!

Excepcionalmente, hoje tenho que dizer: Primeiramente, Amo vocês Filipe Catto, Ricky, e banda! Segundamente… vocês já sabem!

Texto de Kátia Provette