Margens e Clareiras: Voar!

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“Tanta coisa aconteceu desde meu último texto para esta coluna e tanta coisa ainda vai acontecer até a próxima. É como se cem anos tivessem passado em um mês: o século XX vai chegando ao fim — finalmente! — e, graças à Deusa, nós vamos nos preparando para receber essa incógnita linda e amorosa chamada século XXI, o primeiro da Era de Aquário.

Nos preparando como? Como uma larva que sai do casulo para alçar voos mais altos. Acharam que seria fácil? Nada na Natureza é. Cá estamos nós tentando rasgar esse invólucro que ao longo de tanto tempo nos impediu de ver a verdade sobre nós mesmos, sobre os outros, sobre a sociedade, sobre o tempo e, principalmente, sobre o Universo e suas leis. Sobre o Todo. Nós não somos aquela lagarta feia que a sociedade nos ensinou antes disso tudo, nós somos essas borboletas enormes e coloridas que voam por aí com liberdade, curiosidade e amor.

Dói. Não é fácil. Exige esforço e paciência romper esse casulo, receber a luz do sol, inspirar profundamente e esticar essas asas molhadas que nem sabíamos que um dia teríamos. É difícil nos colocar de pé e reconhecer nosso novo (e velho) corpo. Mudanças radicais exigem tudo de nós: nossa liberdade de sair às ruas, de abraçar uns aos outros, de ver amigos e familiares… Exige perdas e abandonos — doloridíssimos… Exige…

O mundo que conhecíamos, o da lagarta, era muito fechado e irreal. Não nascemos só para o chão, nem para nos locomovermos devagar, com base no terreno e no tempo, na distância e dentro dos limites. Isso é muito século XX.

Estamos vivendo agora um momento singular — nossa Grande Guerra —, aquele ponto para o qual fomos preparados ao longo de tantos anos. Estamos sendo obrigados a abandonar materialismos, a nos aprofundar na espiritualidade, a mudar hábitos, ganhando conhecimentos, nos sensibilizando, mas também aprendendo a praticar o desapego.

Como eu venho dizendo, pagamos muito caro pelo ticket desta vida, para viver este momento. Sabe quantas almas queriam ter a experiência do Fascismo Bolsonarista com Pandemia Apocalíptica em plena entrada da Era de Aquário? É um marco histórico. As vagas estavam concorridíssimas! E cá estamos nós. Então: aproveitemos! Nada é por acaso.

É hora de nos recolhermos em nós mesmos — não é isso que a quarentena pede? — e de refletirmos sobre quem somos, do que gostamos, o que queremos, quem desejamos ao nosso lado e o que fizemos, estamos fazendo e faremos de nossas vidas daqui para frente. O mundo será outro e, acredite, muito melhor.

A natureza ensina que o tempo manda, mas também que ele é relativo. Que o tempo cura, mas que também é inexistente. Tudo ao mesmo tempo agora. Na singularidade.

Não devemos perder nossos pensamentos num passado mais bonito ou mais feio nem num futuro hipotético e que jamais vai acontecer: o que temos é o agora, o momento presente, o tempo, todo o tempo do mundo, no templo que é nosso lar. O que temos é nós mesmos. E, como eu já disse, nada é por acaso. Então, nos abracemos, nos conheçamos e nos amemos.

Se tudo passa, isso também vai passar. Cabe a nós decidir se será com a alegria e a empolgação de percebermos que é uma nova vida que começa, nossa nova vida enquanto borboletas lindas, enormes e coloridas — imagine tudo que descobriremos a partir de agora! —, ou se será com o medo, o materialismo e o apego com o qual vivemos no passado.

É o futuro que começa. E eu já fiz a minha escolha: estou pronto para voar.

PS: Os tempos pediram que eu tratasse deste tema agora, mas ainda devo um outro texto a mim mesmo. Virá na hora certa.”

(Daguito Rodrigues)

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